Programa "Mulheres na Liderança" reúne auditoras de países da língua portuguesa para troca de experiências
Etapa presencial da capacitação de profissionais na posição de chefia em instituições de controle ocorreu entre 27 de novembro e 1º de dezembro, no Instituto Serzedello Corrêa (ISC), em Brasília
Por Secom
Resumo
Etapa presencial da capacitação de profissionais na posição de chefia em instituições de controle ocorreu entre 27 de novembro e 1º de dezembro, no Instituto Serzedello Corrêa (ISC), em Brasília
O Tribunal de Contas da União (TCU) promoveu o Programa de Intercâmbio em Controle e Gestão Pública (ProInter-TCU), edição “Mulheres na Liderança”, entre os dias 27 de novembro e 1º de dezembro, com atividades presenciais no Instituto Serzedello Corrêa (ISC), em Brasília. O curso é direcionado a profissionais em posição de chefia nas instituições de auditoria da Comunidade dos países de Língua Portuguesa.
O encontro reuniu 15 mulheres das instituições superiores de controle de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste para troca de experiências e debates sobre direitos humanos, equidade, diversidade e inclusão, liderança e orçamento sensível a gênero.
O encerramento da última etapa foi realizado na sexta-feira (1º/12), com a presença da procuradora-geral do Ministério Público junto ao TCU (MPTCU), Cristina Machado. Ela ressaltou que a liderança feminina representa não apenas a concretização do direito à igualdade, mas também um aprimoramento das próprias instituições, na medida em que traz a perspectiva das mulheres para ambientes que antes eram privativos dos homens. “A diversificação de pontos de vista amplia a qualidade, a eficiência e a legitimidade dos trabalhos. Toda a sociedade ganha com a presença das mulheres em posições de liderança”, enfatizou.
A procuradora explicou que a troca de experiências permite identificar quais ações foram bem-sucedidas em cada nação para aplicar em outros. “Países que têm menos condições podem, eventualmente, conseguir apoio para estabelecer programas que auxiliem na redução da desigualdade de gênero e a melhorar as políticas públicas de modo geral, porque no Brasil essas políticas estão falhando.
Segundo Cristina Machado, o aumento de “250% de feminicídio mostra, claramente que o sistema não está funcionando, por isso temos que buscar experiências acertadas e trazer isso para nossa realidade e ajudar mulheres e crianças.”
Intercâmbio de experiências
No decorrer do evento, especialistas trataram, desde temas relacionados à liderança feminina e postura de empoderamento, até questões mais técnicas, como orçamentação para gênero.
“Tivemos oportunidade de mostrar o trabalho feito no TCU, tanto na área administrativa como de controle, e ouvimos das auditoras o que elas fazem nas suas instituições. Em algumas, o Tribunal está mais avançado, como na promoção e combate ao assédio, por outro lado, elas trouxerem uma experiência de orçamentação de gênero que ainda estamos muito atrás”, frisou a coordenadora do Comitê Técnico de Equidade, Diversidade e Inclusão do TCU, Marcela Timóteo.
A coordenadora disse que o grupo terá continuidade. “Será possível acompanhar a evolução de cada uma em seu país e ver os frutos dessa colaboração”, concluiu Timotéo.
A auditora do Tribunal de Contas da Angola, Kâmia Magalhães, destacou a importância de participar desse evento. “Consegui fortalecer as minhas capacidades profissionais enquanto mulher líder. Não é fácil em um mundo tão masculino. Me sinto mais autoconfiante para realizar as tarefas. Vou levar os aprendizados para transmitir a outras mulheres no meu país”, afirmou.
A diretora de Serviços de Apoio Técnico do Tribunal de Contas de Cabo Verde, Ana Maria Furtado, contou que era grande a expectativa para fazer o curso. “Encerrei esse programa com muitos aprendizados e determinada a melhorar a maneira de me comportar como líder da minha instituição”.
Primeira etapa do ProInter
O início do Programa de Intercâmbio em Controle e Gestão Pública aconteceu de forma virtual, no dia 13 de novembro. As participantes tiveram o primeiro contato com a equipe coordenadora do programa e conheceram a programação detalhada do intercâmbio. Também assistiram às sessões “Visão Geral do TCU”, apresentada pela chefe da Assessoria de Cerimonial e Relações Institucionais do TCU, Shirley Cavalcante, e “Equanomics: políticas fiscais e instituições trabalham pela igualdade de gênero”, conduzida pela coordenadora do Selo de Igualdade de Gênero para instituições públicas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Ana Lugarte.
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