Prezado usuário, este portal não é compatível com o navegador Internet Explorer ou outros navegadores antigos.

Recomenda-se o uso de versões atualizadas dos navegadores Google Chrome, Microsoft Edge ou Mozilla Firefox.

Centro Cultural TCU

Conteúdo

DepoisDaCidade.png

Depois da Cidade | Mostra Coletiva | Centro Cultural TCU


Mostra coletiva com obras de oito artistas visuais de Brasília discute a cidade e de como a presença humana se organiza a partir do aterro sanitário da Estrutural

Acesse o tour virtual da Mostra Depois da Cidade aqui.

Pensar a memória, a paisagem, o cotidiano e o futuro a partir de uma reflexão sobre um mundo em colapso devido a uma pandemia que se transforma em uma reflexão sobre a resistência e a esperança são as questões que circundam e permeiam a mostra “Depois da cidade”, que será inaugurada no dia 21 de setembro, quinta-feira, a partir das 19h, o Centro Cultural TCU em Brasília. Com obras de Abadia Teixeira, César Becker, China, Lara Ovídio, Luciana Paiva, Ludmilla Alves, Maria Eugênia Matricardi, Thales Noor e convidados com curadoria de Atila Regiani e Gisele Lima, a exposição apresenta ao público obras produzidas individual e coletivamente em escultura, instalação, fotografia, vídeo e vídeo-projeção tendo como pano de fundo e personagem central a Cidade Estrutural, uma comunidade do Distrito Federal construída ao longo de décadas ao redor de um aterro sanitário localizado a 15km do Palácio do Planalto e desativado em 2018.

A mostra fica em cartaz na Galeria Marcantonio Vilaça do Centro Cultural TCU até o dia 3 de fevereiro de 2024. Com entrada gratuita e livre para todos os públicos, a visitação é de segunda a sexta, das 9h às 18h. O Centro Cultural TCU fica no Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 3, Brasília – DF. Telefone (61) 3527 5221.

“O projeto desta mostra começa a partir da angústia imposta pela pandemia de COVID-19, mas também pelo vislumbre das imagens do aterro do SLU: Uma paisagem devastada, árida e inóspita, onde nada parecia florescer”, afirmam os curadores Atila Regiani e Gisele Lima. Assim, se congregam duas ideias de fim, uma experimentada de forma urgente, como trauma coletivo; outra, em uma percepção mais complacente, como cegueira social. A pandemia conduziu o imaginário do grupo de artistas e curadores a uma imagem de futuro aterrorizante e distópico. Esse cenário imaginário, no entanto, contrasta com a realidade da Cidade Estrutural, que surgiu no entorno do lixão, um dia considerado o maior da América Latina. Ali, pessoas construíram suas casas, formaram suas famílias e seus negócios. “fomos apresentados a pessoas que erigiram lugares de afeto, cultivo, resistência e esperança. De certo, trata-se de sensações antagônicas, mas que não se excluem”, afirmam os curadores. 

Ao logo do período de produção, o projeto sofreu diversas transformações em função da dilatação de seu tempo, em função das restrições impostas pela pandemia e todas as mudanças consequentes deste momento. Mas, especialmente, porque sua realização transformou a relação que os artistas e a equipe tinham com o tema, com o lugar e com as pessoas. Desde as primeiras visitas ao aterro, quando ainda era possível visitá-lo, até o contato com a população da cidade estrutural. Durante a pesquisa para a produção das obras, a moradora da Cidade Estrutural Abadia Teixeira se juntou ao grupo na condição de artista e anfitriã. Apresentando tanto a cidade e suas histórias, como outras pessoas que tornavam esta trama mais complexa e intrigante. Foram realizados diversos debates, encontros entre os artistas e com a comunidade, em processos de construção e escuta. Houve momentos mais intensos de imersão, com uma estadia prolongada no local, mas também diversas visitas esporádicas. São convidados da mostra: Cidinha, Deuslene Xavier, Djalma Silva, Duda da Estrutural, Francisca das Chagas, Ismael de Oliveira Caitano,Luzia de Jesus, Maria Laura, Mariza Lene e Salomé.

Todas as obras que compõem a mostra foram realizadas a partir desse processo, são fruto do debate, da permanência no espaço e da convivência com as pessoas. Processos colaborativos, humanos, de escuta e de partilha. Durante este processo alguns papéis também se transformaram, o curador sugeriu obras, atuando como artista, e a produtora, Gisele Lima, também passou a atuar como curadora. 

A ideia de cidade ainda se apresenta como um conceito palpável, mesmo que fundado em relações dinâmicas, em conflitos e contradições. Entretanto, pensar “depois da cidade” já parece sinalizar uma localização nebulosa. Tanto por sugerir uma imprecisão territorial – algo que está fora dos limites da urbe –, como uma ambiguidade temporal – um momento que supera a compreensão da história de determinado local –, ou social – um ponto de ruptura que transforma a compreensão de determinada comunidade. 

O aterro sanitário que antes recebia toda sorte de lixo doméstico e empresarial, hoje recebe apenas os detritos da construção civil. O antigo lixão se apresenta como o ponto final dos processos de consumo e produção urbano ao mesmo tempo que seu estado atual remete ao próprio desmoronamento da cidade. O lixo outrora depositado naquele terreno é encoberto pelas sobras do processo de construção, destruição e reconstrução da cidade.

“Depois da cidade” é resultado dessa imersão e experimentação artística, social e humana. A mostra está dividida em quatro núcleos fundamentais: memória, paisagem, cotidiano e futuro. As margens entre os núcleos não são precisas, elas se confundem da mesma maneira que se confundem no mundo.

Memória: Este núcleo apresenta obras que tratam da memória coletiva e dos monumentos. Tanto tenta tecer uma história da cidade, como reordenar a relação entre os relatos dos agentes de transformação social, das testemunhas, como o registro midiático e a criação de marcos simbólicos.

Paisagem: Trata do contraste da paisagem, assumindo os espaços externos da cidade, suas ruas, sua topografia e as marcas de sua história no território.

Cotidiano: Este núcleo trata dos espaços internos da cidade, os objetos de uso pessoal, a relação entre as pessoas e suas casas, mesmo as relações políticas referentes à distribuição dos alimentos.

Futuro: Este núcleo é constituído por apenas uma obra, o vídeo ‘Calor’. Uma ficção científica distópica, que narra a jornada de um viajante no tempo.

Ações educativas

Ao longo da mostra, serão realizadas ações educativas dentro do espaço expositivo da mostra e na Cidade Estrutural. A programação inclui pré-estreias de filmes realizados para a exposição, oficinas com moradores da região da Estrutural e apresentação de uma instalação que será montada durante o período da exposição. A programação será disponibilizada pelo Instagram @centroculturaltcu.

Sobre os artistas

A dura vida de Maria Abadia Teixeira de Jesus no lixão da Cidade Estrutural levou-a para o inevitável encontro com a cultura. As atividades culturais funcionaram inicialmente como instrumento que auxiliava nas mobilizações da luta da comunidade e, num segundo momento, como sua principal atividade. Abadia ou “Abadia Catadora”, como é conhecida, vem construindo sua história na área de literatura, produção cultural e agente de preservação da memória da sua cidade. Num contínuo processo de fazer-aprender-fazer, fundou, com ajuda de membros da comunidade, a Casa dos Movimentos, que realiza exposições, saraus, festas temáticas e oficinas (artesanato, capoeira, projetos culturais, etc.). A intensa atividade da “Casa” levou à reflexão sobre a necessidade de registrar não só as atividades realizadas no espaço, como a maneira com que essas atividades se articulam com o cotidiano da sua cidade.

César Becker é formado em Artes Visuais pela Universidade de Brasília e mestre em Poéticas Contemporâneas. Atualmente é professor de escultura do departamento de Artes da UnB, e doutorando na linha de Deslocamentos e Especialidades pelo programa de Pós-Graduação da mesma instituição. Integrante do grupo Vagamundo: Poéticas Nômades, têm desenvolvido sua pesquisa em relação às ciências da terra (geografia e a geologia) com sua pertinência no campo das artes visuais, principalmente na área de escultura.

China mora e trabalha em Brasília/DF, é graduado em Engenharia Civil e mestre em Geotecnia,com enfoque dado à contaminação ambiental por disposição inadequada de resíduos sólidos e os riscos decorrentes de tais práticas à saúde humana. Atuou no período 2017-2019, em pesquisas no antigo “Lixão da Estrutural” – onde opera atualmente a Unidade de Recebimento de Entulhos (URE) – tanto voltadas para contaminação e avaliação de risco à saúde humana quanto para a caracterização do potencial energético da área, em termos do biogás produzido pela decomposição dos resíduos ali contidos. Atuou profissionalmente na URE, pelo Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU) no período 2019-2020. Atualmente, trabalha como consultor técnico do Ministério da Saúde, na Coordenação Geral de Vigilância Ambiental (CGVAM), desenvolvendo ações voltadas para a vigilância em saúde ambiental de populações expostas ou potencialmente expostas a substâncias químicas.

Lara Ovídio utiliza vídeo, fotografia, instalação, texto e performance para criar visualidades e narrativas catastrofistas. Está cursando o doutorado em Artes Visuais na USP e integra o grupo de pesquisa "Depois do Fim da Arte" na mesma universidade. É mestra em Artes pela UFRJ e bacharela em Comunicação Social - Audiovisual pela UnB. Atua como professora de fotografia no IFRJ, onde também edita a Revista VAN.

Luciana Paiva é artista, participa de exposições regulares desde 2004 atuando também como professora e na organização e curadoria de eventos em arte. Bacharel em Artes Visuais, mestre em Poéticas Contemporâneas e doutora em Métodos e Processos em Arte pela Universidade de Brasília (PPGAV/UnB). Desde 2017 integra o grupo de artistas vinculados ao Pé Vermelho Espaço Contemporâneo em Planaltina – DF. Em 2011 cursou o Programa Aprofundamento da Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro e participou do Rumos de Artes Visuais 2011-2013. Foi uma das artistas selecionadas para o 29º Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo apresentando a exposição individual Cidade Partida (2019). Em 2022 realizou a exposição individual Ar-reverso no Espaço Cultural Renato Russo em Brasília. Seu trabalho artístico lida com a visualidade e materialidade do texto, o uso de materiais impressos e elementos da escrita como matéria e procedimentos construtivos e desconstrutivos tanto de elementos visuais da paisagem urbana, quanto da organização dos códigos da escrita.

Ludmilla Alves é artista, pesquisadora e professora. Doutora em Deslocamentos e Espacialidades e mestre em Poéticas Contemporâneas pela Universidade de Brasília (PPGAV/UnB), com a tese Rotas, Raízes e Devorações – re-voltar a pintura e outras histórias selvagens (2021), e a dissertação Noite Obliqua (2016). Bacharel em Comunicação Social (FAC/UnB). No ensino, atua nas áreas de teoria, história da arte, métodos e processos de criação em arte contemporânea. Sua pesquisa prática transita por investigações com o Cerrado, transformações da matéria, da paisagem, ficções, experiências com o tempo. Escreve e trabalha com o campo da pintura, em diálogo com proposições, colagens, intervenções, instalações, entre outras linguagens. Expõe e publica regularmente desde 2013.

Maria Eugênia Matricardi é doutore em Arte Contemporânea pela UnB-Universidade de Brasília. É mestra em Arte Contemporânea pela UnB, fez licenciatura e bacharelado em Artes Visuais (UnB). Atua como artista visual, educadore, curadore, produtore de projetos culturais e educacionais. Sua pesquisa em arte tem como foco a performance, epistemologias do sul e o tensionamento simbólico entre corpo e política. 

Thales Noor, 30 anos, vive e trabalha em Brasília. Diplomado em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília, atualmente cursa Arquitetura e Urbanismo pela mesma instituição, e ocupa o cargo de professor de ensino fundamental e médio, na Secretaria de Educação do Distrito Federal. Segue sendo um entusiasta do estudo da Geografia e suas possibilidades de subversão poéticas. No momento intercala suas atividades entre a produção poética das artes plásticas, e tarefas pragmáticas voltadas ao fazer arquitetônico, desenvolvendo projetos de construção coletiva, e ocupações industriais em ambiente rural, projetos de habitações individuais de baixo custo e habitações de célula mínima.

Sobre os curadores

Atila Regiani é curador independente e professor no curso de Teoria Crítica e História da Arte na UnB. Tem doutorado em História e Teoria das Artes Visuais (2017) na mesma universidade. Dentre suas curadorias mais significativas destaca ‘Práticas de Notação do Tempo’ (DeCurators, Brasília, 2018), ‘Manual de Sobrevivência das Breves Utopias’ (Galeria CAL, Brasília, 2017), ‘ENTRE’ (Galeria CAL, Brasília, 2017), ‘Geografia do Athopos’ (Galeria Alfinete, Brasília, 2016), ‘Made Up Memories Corp’ (Galeria Espaço Piloto, Brasília, 2013), ‘Lembranças Inventadas’ (Galeria SESC, Crato, 2012),‘Obra Inventário’ (Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, Brasília, 2010); ‘1277 Minutos de Arte Efêmera’ (CONIC, Brasília, 2010);‘Play-Replay’ (Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, Brasília, 2008).

Gisele Lima é Bacharela em Teoria, crítica e história da arte pela Universidade de Brasília, desenvolve pesquisas que investigam processos de criação, do fazer, do trabalho artístico, da produção cultural e da curadoria desde 2013. Se mantém plural e versátil na missão de fazer acontecer eventos de arte apesar dos pesares. Em 2019 se tornou gestora do ecossistema de arte e galeria-escola A Pilastra que tem como foco a democratização da arte e seus acessos, a formação e fomento de artistas e agentes culturais dissidentes. Foi Co-curadora da mostra Triangular – Arte deste século (2019/2020), realizada na Casa Niemeyer – UnB, melhor exposição coletiva institucional pela revista Select (2019); Curadora convidada da 14a Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba com a mostra Contraforte (2019) e Ganhadora do primeiro edital de curadoria da Galeria OMA (2018), São Bernardo do Campo – SP, com a mostra Métrica realizada no mesmo ano.

Sobre o Centro Cultural TCU

As ações promovidas pelo Centro Cultural TCU oferecem a estudantes e ao grande público importantes oportunidades de acesso à história, à arte e a outras formas de manifestação cultural. As exposições são atendidas pelo Programa Educativo do CCTCU, que promove a interação de alunos, professores e demais visitantes com o conteúdo expositivo para compartilharem suas experiências e pontos de vista. As atividades culturais do CCTCU também têm a aptidão e o propósito de explicar a importância do papel do Tribunal de Contas da União e de aproximá-lo dos cidadãos, a quem já se dedica em sua missão institucional de aperfeiçoamento da administração pública em benefício da sociedade.

 

Serviço:

Depois da Cidade | Mostra Coletiva 

Abadia Teixeira, César Becker, China, Lara Ovídio, Luciana Paiva, Ludmilla Alves, Maria Eugênia Matricardi e Thales Noor

Escultura, instalação, fotografia, vídeo e vídeo-projeção

 

Curadoria  |  Atila Regiani e Gisele Lima

Abertura  |  21 de setembro, às 19h

Local  |  Galeria Marcantonio Vilaça, Centro Cultural TCU - Brasília

Visitação  |  Até 3 de fevereiro de 2024, de segunda a sexta, das 9h às 18h

Visitação para Escolas  |  De segunda a sexta, mediante agendamento no telefone (61) 3527 5221

Entrada  |  Gratuita

Classificação indicativa  |  Livre para todos os públicos

 

Informações à imprensa:

Agenda KB Comunicação

Contato  |  Luiz Alberto Osório

E-Mail  |  luiz.alberto@agendakb.com.br

Telefone  |  (61) 9 8116 4833

 

Endereço:

Espaço Cultural Marcantonio Vilaça  |  Centro Cultural do TCU/ISC

Setor de Clubes Esportivos Sul - SCES, Trecho 3, Lote 3, Centro Cultural, 1° Subsolo, Brasília - DF, CEP 70.200-003.

E-mail  |  centroculturaltcu@tcu.gov.br

Instagram  |  https://www.instagram.com/centroculturaltcu/

Telefones  |  (61) 3527-5221

 

Mapa:

ISC_Mapa_C.png