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Centro Cultural TCU

Conteúdo

Marcantonio Vilaça

Nasceu em 30 de agosto de 1962 e faleceu em 1º de janeiro de 2000, no Recife, sua cidade natal. Alfabetizou-se em escola pública e cursou a Escolinha de Arte, dirigida por Abelardo Rodrigues, situada na rua do Cupim, no Colégio São Luís, no Recife. Em Brasília, estudou no Colégio Marista e na UnB (Curso de Direito), tendo concluído o curso na Faculdade Mackenzie, em São Paulo, onde foi o primeiro da turma. Recordam-no como estudante destacado, o ministro do Supremo, Moreira Alves, e o reitor Cláudio Lembo, da Mackenzie. Expressava-se fluentemente em inglês, francês e espanhol.

Com os avós paternos, Vilaça e Evalda, conheceu os ceramistas de Tracunhaém e do Alto do Moura, em Caruaru. Com os pais fez visitas rotineiras aos museus, igrejas e conventos do Nordeste. Passou a conviver com Gilberto Freyre, Mauro Mota, Lula Cardoso Ayres, Jorge Amado, José Sarney, Marco Maciel, Câmara Cascudo, Aloísio Magalhães (com quem chegou a trabalhar), Roberto Cavalcanti, Nilo Pereira, Paulo Guerra, Joaquim Coutinho, o antiquário Zé dos Santos, Carybé, Calazans Neto e Josué Montello.

Com o avô materno, Octaviano, afeiçoou-se pela criação de gado e chegou a ganhar prêmios nas exposições de animais do Cordeiro, em que foi expositor de gado indiano. O avô era orgulhoso do seu talento para a pecuária de animais de raça. Gostava de andar a cavalo.

Marcantonio era torcedor do time de futebol Náutico, mas seu esporte predileto era o vôlei, esporte que praticou na seleção do seu colégio. Nessa época, foi companheiro de Pampa (ex-jogador da seleção de vôlei brasileira). Sua maior paixão era o Galo da Madrugada. Em São Paulo, participava da Escola de Samba Vai-vai.
Sua história de galerista começou no Recife, ao fundar a Pasárgada, em sociedade com a irmã Taciana Cecília e as amigas Carla e Andréa Mendonça.

Escreveu, esporadicamente, críticas de arte para a Folha de S. Paulo e foi diretor da revista especializada Galeria. Nesse período recebeu vários prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte.

Recebeu homenagens póstumas, em todo o mundo, pela sua ação como dirigente da Arco de Madri, a maior feira de arte do mundo latino, e da Feira de Basiléia, na Suíça, a mais refinada feira mundial. O Museu de Arte Contemporânea de Miami tem um espaço em sua homenagem. Revisas de arte da Itália, Estados Unidos, Portugal, Austrália, México, Argentina, Espanha e Grécia dedicaram páginas em seu louvor.

O governo do Brasil outorgou-lhe (post-mortem) a sua mais alta condecoração – a Ordem do Rio Branco –, que o então presidente Fernando Henrique Cardoso fez questão de entregar pessoalmente à família. A mesma coisa fez o governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, concedendo-lhe a maior comenda da Capital da República.

O Governo do Amazonas deu o sue nome à mais moderna escola de 2º grau do país, inteiramente informatizada e localizada em bairro de periferia de Manaus. É patrono da cadeira 35 da Academia Pesqueirense de letras, da qual o primeiro ocupante foi o poeta Flávio Chaves.

Outras homenagens

A Caixa Econômica Federal, em janeiro de 2000, realizou em sua memória, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), no Recife, a exposição Acervo Caixa.

No dia 27 de fevereiro de 2000, na Bonakdar Jancou Gallery, em Nova York, foi realizada homenagem em sua memória. Na ocasião, Paulo Herkenhoff, curador do MoMA, destacou Marcantonio como a voz mais autorizada do mercado de arte da América Latina.

Durante o Congresso Brasil-Portugal Ano 2000, na cidade do Porto, o ministro da Cultura de Portugal, Manoel Carrilho, realizou, na presença de cerca de cem escritores de língua portuguesa, homenagem à memória de Marcantonio. O poeta e acadêmico Carlos Nejar, orador oficial, destacou a relevância do seu papel na divulgação de artistas plásticos dos dois países.

Lygia Fagundes Telles, discursando na Academia Brasileira de Letras, em honra a Marcantonio, compôs na hora os versos intitulados Confissão.

Em Pernambuco, a Assembléia Legislativa, por proposta da deputada Tereza Duere, aprovou em 5 de março de 2000, voto de profundo pesar pelo prematuro desaparecimento do marchand.

O Senado Federal enviou aos familiares de Marcantonio, voto de profundo pesar. Em tom de emoção diversos senadores lamentaram a sua morte.

A revisa Casa Vogue, em edição especial destinada a homenagear os arquitetos do ano 2000, dedicou a ele reportagem de cinco páginas intitulada Formador de Consciência. A reportagem foi assinada por Márcia Fortes.

No carnaval de 2000, o camarote de Tatiana e Paulo Ségio Macedo, decorado com inspiração nos 500 anos do Brasil, recebeu tarjas pretas nos adereços em reverência à memória de Marcantonio Vilaça, que adorava o Galo da Madrugada e não perdia o desfile. No carnaval de 2001, Taciana e José Mendonça desfilaram usando camisetas com a foto do galerista e a frase Tom no Galo. Em 2003, nova homenagem: o grupo que saía liderado por Marcantonio usou a clássica fantasia de palhaço, com a legenda Tom no Galo.

A Editora Cosac e Naify, no ano de 2001, lançou, em sua homenagem, o livro Marcantonio Vilaça. A obra traz fotos da coleção e da vida do galerista. São 336 páginas compostas por reproduções de tela, instalações, esculturas e fotografias que levam assinatura de nomes como Cildo Meireles, Amilcar de Castro, Rosângela Rennó, Leda Catunda e outros. O livro traz, ainda, depoimentos de seus pais, Marcos Vilaça e Maria do Carmo Vilaça e textos assinados por Paulo Herkenhoff, Angélica de Moraes, Alexandre Melo e Dan Cameron.

Galeristas da Europa, América, China e Japão, num total de 150, abriram no dia 5 de janeiro de 2002, a feira Art Miami 2002, no Centro de Convenções de Miami. Na entrada da sala destinada ao projeto Brazil: Popular Art, uma frase em homenagem a Marcantonio Vilaça.

Em abril de 2001, foi inaugurada no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, a exposição Espelho Cego – Seleções de uma coleção contemporânea, com curadoria de Márcia Fortes. A exposição, em homenagem a Marcantonio, trouxe para o público 144 obras de seu acervo particular. A mostra viajou para São Paulo, Brasília, Bahia e finalizou no Recife.

Em setembro de 2002, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), entidade da qual Marcantonio era conselheiro, reuniu o mundo artístico da capital paulista para registrar os 40 anos de Marcantonio, que teriam sido completados em 30 de agosto. Em sua memória, a família Vilaça ofereceu ao museu uma obra de Ligia Pape.

Uma escultura do artista mineiro Amilcar de Castro foi doada ao Recife pelo editor Charles Cosac. A escultura com cerca de três toneladas, encontra-se hoje instalada entre uma área de mangue e a Avenida Domingos Ferreira, no Pina, em Recife.

O escultor Marcelo Silveira fez, em homenagem a Marcantonio, escultura em aço para a Praça Marcantonio Vilaça, no bairro de Boa Viagem. Por sugestão do pai, Marcos Vilaça, a obra traz trecho do poema de Fernando Pessoa: “Que da obra ousada é minha a parte feita/ O por fazer é só com Deus.”.

A proprietária da Direct TV, Patrícia Cisneros, grande colecionadora de arte adquiriu uma obra de Lygia Pape. Em homenagem à memória de Marcantonio, doou-a ao MoMa, de Nova York.

O apartamento de Marcantonio, situado na Avenida São Luís, no Centro de São Paulo, foi comprado pelos colecionadores José Olympio e Andréa Pereira.

O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, em sessão realizada no dia 24 de setembro de 2003, aprovou a Resolução nº 006/2003, que denominou de Exposição Cultural Marcantonio Vilaça, a mostra de trabalhos artísticos promovida pelo Sindicato dos servidores do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (Sindicontas).

O Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP0, em agosto de 2003, editou livro comemorativo e realizou exposição com obras de artistas contemporâneos que foram oferecidas em comodato pelo marchand àquela instituição.

Sancionada pelo Presidente da República e publicado no Diário Oficial da União, a lei N° 11.125, de 20 de junhode 2005, cria no âmbito do Ministério da Cultura o Prêmio de Artes Plásticas Marcantônio Vilaça e dá outras providências.

A CNI/Sesi criou o Prêmio Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas, em 2003.

O Instituto Cultural Bandepe homenageia Marcantonio Vilaça com a inauguração de uma galeria de arte com o seu nome, em 28 de novembro de 2003.

 

Coleção

Marcantonio construiu o maior acervo particular de obras contemporâneas do país. Ainda em vida, fez comodato com o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP). Queria que sua coleção particular virasse patrimônio público, manifestando a seu pai Marcos Vilaça o desejo de que sua coleção ficasse em Pernambuco.
Em agosto de 2002, foram transferidas cerca de duzentas obras para o Instituto Cultural Bandepe, em caráter temporário. Sua coleção poderá ser transferida, em caráter definitivo, para o futuro Complexo Cultural do Tacaruna, cuja área destinada às artes plásticas será denominada, por sugestão da Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco, Marcantonio Vilaça.

O olhar contemporâneo de Marcantonio e a seriedade de seu trabalho podem ser observados pela participação brasileira nas duas últimas Bienais de Veneza. Em 2002, o curador italiano Germano Celant, a convite da associação BrasilConnects, escolheu Vik Muniz e Ernesto Neto para serem os representantes do Brasil em Veneza. Para representar o Brasil na 50º Bienal de Veneza, em 2003, com o tema Sonhos e Conflitos, a fundação Bienal de São Paulo selecionou as artistas Beatriz Milhazes e Rosângela Rennó. Estes artistas foram lançados por Marcantonio e eram representados pela galeria Camargo Vilaça.

Sua coleção tem um valor inestimável para a história da arte, principalmente a contemporânea, e será a cada ano revisitada e fruto de novas leituras e descobertas.

 

O Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça

O Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça para Artes Plásticas foi lançado no dia 20 de abril de 2004 com o propósito de incentivar a arte contemporânea brasileira e a inovação. A iniciativa é uma homenagem ao notório galerista Marcantonio Vilaça, um dos principais responsáveis pela projeção internacional da arte contemporânea brasileira nos anos 90. Uma das principais características do prêmio é incentivar artistas de todo o país. Os vencedores do concurso recebem bolsa de trabalho no valor de R$ 30 mil e são acompanhados durante um ano por um crítico da área, para desenvolvimento de seu talento. Ao participar da terceira edição do prêmio, os artistas têm a oportunidade de expor sua obra em seis capitais brasileiras, além de fazer parte de um catálogo bilíngüe, contendo a retrospectiva de sua trajetória profissional. O Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça para Artes Plásticas acompanha todas as etapas de produção dos artistas, além de estimular sua produção e fortalecer os acervos públicos, levando desenvolvimento, arte e cultura para os trabalhadores da indústria, estudantes e comunidade geral, em diversas partes do país.

Visite o site http://www.sesi.org.br/premioartes/