Museu do Tribunal de Contas da União
Min. Alberto Hoffmann (1983-1990)
O ministro Alberto Hoffman nasceu na cidade de Ijuí no Rio Grande do Sul em 30 de novembro de 1920. Filho de Henrique Luis Hoffman e Maria Madalena Hoffman, tornou-se um político gaúcho com significativa participação na vida pública brasileira.
Realizou seus primeiros estudos em sua cidade natal e formou-se contador pela Escola Técnica de São José, também no Rio Grande do Sul. Ainda jovem, começou a se interessar pela vida pública e conseguiu ser eleito para a Assembleia Legislativa de seu estado em 1950 pelo Partido de Representação Popular (PRP). Já na sua candidatura seguinte, conseguiu ser reeleito como o deputado mais votado do Rio Grande do Sul, o que lhe rendeu o prestígio necessário para se tornar presidente daquela Casa no ano de 1957, tendo, a partir de então, a oportunidade de assumir interinamente por algumas vezes o Governo do Rio Grande do Sul quando da ausência do Governador Ildo Meneghetti.
Durante sua segunda legislatura decidiu candidatar-se a deputado federal, conseguindo êxito na eleição de 1958 novamente pelo PRP. Embora tenha sido eleito, licenciou-se do seu mandato na Câmara dos Deputados para assumir a Secretaria de Agricultura no governo de Leonel Brizola, entre fevereiro de 1959 e outubro de 1961.
Ainda no ano de 1959 conseguiu o reconhecimento profissional de economista por meio do Conselho Federal de Economistas Profissionais do país.
Ao final dessa Legislatura como deputado federal, optou por concorrer novamente à Assembleia Legislativa de seu estado na eleição de 1962, conseguindo ser eleito. Em 1963 já havia retomado suas atividades de deputado estadual e, em 1964, aceitou o convite do Governador Ildo Meneghetti para tornar-se secretário de Economia e Finanças do Rio Grande do Sul.
À frente da Secretaria, desenvolveu um plano econômico cunhado de “Plano Hoffman”, que visava a encorpar os recursos dos municípios e, entre outras coisas, previa o repasse de 40% do montante arrecadado com impostos estaduais sobre os transportes para os municípios gaúchos.
Alberto Hoffman, àquela época, já se notabilizava por seu conhecimento a respeito de questões de Agricultura e Finanças. Seu conhecimento técnico sobre tais questões já havia o credenciado, na condição de secretário de Agricultura, a participar de missões oficiais na Itália, Alemanha, França, Holanda e Suécia. Em 1965, participou como membro da missão econômica brasileira que visitou o Japão e tratou de questões envolvendo os dois países.
Com o fim do multipartidarismo em 1965, ocasionado pelo Ato Institucional nº 02, manifestou sua preocupação na condição de deputado estadual com o processo de reorganização política que iria se dar a seguir. Optou por se filiar ao Arena e tornou-se uma importante liderança do partido durante os governos militares.
Em 1966 foi eleito pelo partido para o cargo de deputado federal e retornou à Câmara dos Deputados no ano seguinte. Nessa Legislatura manteve sua atuação nas áreas de Agricultura e Economia e foi indicado como representante da Câmara dos Deputados na 50ª exposição Internacional de Agricultura em Munique de 1968.
Entre 1970 e 1982 foi reeleito seguidas vezes, tendo participação ativa em todas as legislaturas em comissões e debates que envolviam questões de Economia, Finanças Públicas e Agricultura. São vários os registros de discursos realizados na Câmara em defesa dos produtores rurais do Rio Grande do Sul e do resto do país, assim como são muitas as suas participações em questões que envolviam o fortalecimento dos municípios mais pobres do país por meio da defesa de uma distribuição mais justa da carga tributária.
Ainda em 1979, diante da nova conjuntura política advinda com o surgimento do pluripartidarismo, filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS), e neste militou até o final do seu mandato de deputado. Em 1982 Alberto Hoffman se candidatou ao Senado como suplente na chapa de Carlos Chiarelli, saindo-se vencedor.
Em maio de 1983 recebeu a indicação do presidente João Figueiredo para o cargo de ministro do TCU. Sua posse foi realizada logo em seguida, sendo seu conterrâneo e ex-companheiro de Câmara dos Deputados, o ministro Fernando Gonçalves, o responsável por recebê-lo com caloroso discurso de saudação.
No seu discurso de posse, o então ministro Alberto Hoffman registrou a importância da experiência que angariou ao longo de suas legislaturas em questões de finanças e gastos públicos. Citou ainda sua participação, em 1979, como relator na Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada de Contas da Câmara dos Deputados, onde baseou-se no parecer prévio para as contas do governo emitido pelo TCU para a elaboração de um estudo sobre o assunto no governo de Ernesto Geisel.
Essa relação com o TCU o inspirou a formular seu entendimento a respeito do papel desta Casa, o qual fez questão de externar da seguinte forma na ocasião:
A Nação reclama soluções. É óbvio que esta não pode ser sugerida por esta Corte. O Tribunal de Contas da União não pode e não deve imiscuir-se nos planejamentos do Poder Executivo. É órgão auxiliar do Congresso Nacional, mas nunca poderá arrogar-se a ditar normas a nossos legisladores.
Entre 1986 e 1987 tornou-se vice-presidente do TCU e no biênio 1988-1989 assumiu a presidência desta Casa. No ano em que iniciou sua gestão, o Tribunal de Contas da União teve seus poderes ampliados por meio da Constituição de 1988. Sua participação nesse episódio começou ser escrita alguns anos antes, quando intermediou com os constituintes e outras autoridades do próprio Tribunal a ampliação das competências do órgão de forma a fortalecê-lo.
O ministro Hoffman aposentou-se no ano seguinte ao fim de sua gestão na presidência, exatamente em 09 de março de 1990. No mesmo mês assumiu uma cadeira no Senado em substituição ao Senador Carlos Chiarelli, que havia se tornado ministro da Educação. Permaneceu nesta Casa até dezembro do mesmo ano.
Nos anos seguintes continuou a dedicar-se à política. Teve participação decisiva na fundação do Partido Progressista Reformador (PRP) em 1993 e, posteriormente, em 1995, aderiu ao Partido Progressista Brasileiro, atual Partido Progressista (PP), do qual se tornou um dos seus mais importantes dirigentes.
O ministro Alberto Hoffmann casou-se com Adelina Riegar Hoffmann e teve quatro filhos. Faleceu em 9 de janeiro de 2014. Como homenagem, foi atribuído ao Salão Nobre seu nome.