Museu do Tribunal de Contas da União
Min. Antônio Valmir Campelo Bezerra (1997-2014)
O Ministro Antônio Valmir Campelo Bezerra nasceu no dia 22 de outubro de 1944 em Cratéus, uma cidade no interior do Ceará, divisa com o estado do Piauí, e a 350 km da capital. Seus pais são João Amaro Bezerra, comerciante, e Raimunda Campelo Bezerra, professora. Ao longo de sua vida profissional a ação política teve bastante destaque.
Bacharelou-se em Comunicação Social pela Universidade de Brasília, em 1968. Voltando a Universidade para participar de um Curso sobre Estudo de Problemas Brasileiros, promovido pela UnB e ministrado em 1972. Engrandeceu ainda mais sua experiência acadêmica com uma especialização em Administração Pública e Desenvolvimento Municipal na Alemanha em 1976. Após treze anos, voltou a Germânia para um Curso sobre Objetivos e Tarefas das Administrações Municipais no Domínio de Proteção Ambiental.
Seu ingresso no serviço público iniciou-se em 1971, como chefe de gabinete da Fundação do Serviço Social do Distrito Federal. Nos dois anos posteriores desempenhou a mesma colocação junto à Secretaria de Governo. Mais tarde, foi nomeado presidente interino da Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central. Também exerceu a função de administrador regional das cidades de Brazlândia em 1973, do Gama em 1974 permanecendo até 1981 e Taguatinga de 1981 a 1985.
Por um breve período, foi presidente da Fundação do Serviço Social do Distrito Federal em 1986. Na primeira eleição realizada no Distrito Federal em 1986, elege-se pelo PFL deputado federal, foi um constituinte representando o Df e permaneceu até 1991. Neste período compôs diversas frentes e comissões como: a Subcomissão dos Estados, a Comissão da Organização do Estado, na qual foi Primeiro-Vice-Presidente em 1987; a Subcomissão dos Direitos dos Trabalhadores e Servidores Públicos, a Comissão da Ordem Social, na qual foi Suplente também em 1987; por fim fez parte da
Comissão de Sistematização, na qual foi Suplente de 1987 a 1988.
Transferiu-se de partido em 1989 quando foi para o PTB, legenda na qual foi presidente regional e pela qual viabilizou sua eleição para senador em 1990. Entrou em exercício no Senado Federal em 1991 conservando-se até 1997. Contudo licencia-se em 1994 para candidatar-se ao governo do Distrito Federal, detinha uma aliança junto à Joaquim Roriz, entretanto perdeu o pleito para Cristovam Buarque no segundo turno. Deste modo, retornou a sua atividade legislativa. Mas, antes do fim de seu mandato foi indicado pela casa ao cargo de ministro do Tribunal de Contas da União. Tendo em vista sua renúncia ao Senado assumiu sua cadeira, seu primeiro suplente, o publicitário Leonel Paiva.
Entrou para o colegiado do TCU, ainda em 1997, tendo tomado posse no dia 13 de novembro. Em seu discurso proferiu a sua honra em compor esta casa, que tem tão importante compromisso constitucional com a fiscalização e com a verdade, em suas palavras: “Sinto-me honrado em integrar este Tribunal de Contas da União, instrumento institucional de inestimável valia na defesa do bem comum e na luta por transparência e probidade na administração pública. Chego a esta Corte com a humildade dos que querem servir e somar, absorvendo o saber e a orientação dos mais antigos. Trago comigo bagagem acumulada em mais de três décadas de vida pública, bem como a experiência de alguém que nascendo em condição econômica adversa, transpôs barreiras sociais poderosas para realizar seus ideais”.
Tornou-se vice-presidente do Tribunal em 2001, tomou posse e permaneceu no cargo por um ano. Neste mesmo período acumulou a função de Ministro- Corregedor e também atuou na Presidência da Segunda Câmara do TCU. No biênio seguinte, tornou-se presidente da Casa, onde atuou até 2004. Na solenidade de posse, descreveu sua satisfação por ter sido eleito para o cargo de tanto prestígio, com o discurso: “Para alguns, a nova função pode parecer apenas desafio. Para mim, é, antes de tudo, oportunidade. Oportunidade de oferecer a esta Casa a vivência gerencial acumulada ao longo de mais de quinze anos de atuação como administrador de cidades satélites do Distrito Federal. Oportunidade de compartilhar com os membros deste Colegiado o conhecimento acerca do Tribunal, de seu funcionamento e sua importância institucional, que obtive nos anos de convívio com os Ministros, os Auditores, os membros do Ministério Público junto ao TCU, os servidores desta Casa. Oportunidade, ainda, de compartilhar experiências de vida. Antevejo uma tarefa árdua. Por força de competências constitucionais e legais, são genuinamente grandes os desafios com que esta Corte continuará a se defrontar”.
A partir de 2009, passou a exercer a função de Presidente da Primeira Câmara do Tribunal de Contas da União. Foi o responsável pela relatoria e parecer prévio das contas do governo relativas do ano de 1999.
Em 04 de abril de 2014, o ministro Valmir Campelo aposentou-se, ocupando sua vaga o ministro Bruno Dantas.