Museu do Tribunal de Contas da União
Min. Arnaldo da Costa Prieto (1979-1982)
O ministro Arnaldo da Costa Prieto nasceu em 13 de Fevereiro de 1930 na cidade de São Francisco de Paula, no estado do Rio Grande do Sul. Filho de Vicente B. Prieto e Henriqueta Maria Prieto trilhou uma importante carreira política, tendo sido um dos ministros do Trabalho mais importantes do governo militar e ministro do Tribunal de Contas da União.
Seus primeiros estudos foram realizados no Ginásio Elementar Visconde de São Leopoldo e, em seguida, no Colégio São Luís e, por fim, no Ginásio São Luís, todos na cidade de São Leopoldo. Em 1947 mudou-se para Porto Alegre, onde concluiu os estudos do secundário no colégio Nossa Senhora do Rosário em 1949.
No ano seguinte ingressou na Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde concluiu o curso de Engenheiro Civil em 1954. Sua trajetória de estudante foi marcada pela participação política, o que acabou por inspirá-lo a ingressar futuramente na vida pública. Foi nessa época vice-presidente da juventude universitária e da federação dos estudantes da sua universidade, além de presidente da união estadual dos estudantes e do centro acadêmico da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, em São Leopoldo.
Os anos seguintes à conclusão de sua graduação foram de aprofundamento em sua formação, tendo Arnaldo Prieto se especializado em Pavimentação e em Teoria e Programação do Desenvolvimento Econômico pela mesma universidade em que se graduou. Nesse período tornou-se docente da cadeira de topografia da Escola de Engenharia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Seu ingresso na vida pública se deu em 1959, quando se elegeu vereador na cidade de São Leopoldo, no interior do seu estado, pelo Partido Democrático Cristão (PDC). Durante a tensão política de 1961, originada pela renúncia de Jânio Quadros, foi favorável à posse do vice-presidente João Goulart, assim como se solidarizou com a campanha da legalidade organizada pelo então governador gaúcho Leonel Brizola.
Em 1962 concorreu a uma vaga na Câmara Legislativa de seu estado, tendo conquistado a primeira suplência. Nessa mesma eleição houve uma mudança no comando do estado, tendo sido eleito Ildo Meneghetti, que fazia oposição ao governo Brizola.
Arnaldo Prieto assumiu a Secretaria de Trabalho e Habitação do novo governo, tendo criado a Semana Sindical, para disseminar e fortalecer o sindicalismo. Também criou a Companhia de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul e a Fundação Gaúcha do Trabalho para treinamento e formação de mão de obra. Ainda na condição de secretário participou de eventos internacionais que discutiram questões relativas à habitação.
Em 1966 filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena) e, no ano seguinte, foi eleito deputado federal pela legenda. Em 1969, durante o recesso imposto pelo Ato Constitucional nº 5, tornou-se secretário-geral da comissão executiva do partido, permanecendo na função por pouco mais de um ano.
Em 1970 foi novamente eleito tendo alcançado uma votação expressiva em seu estado. Nessa legislatura foi membro efetivo da Comissão de Transportes, Comunicação e Obras Públicas e suplente das Comissões de Orçamento, de Relações Exteriores e de Segurança Nacional da Câmara dos Deputados, tendo sido ainda nomeado para ser o observador parlamentar junto à XXVI Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Em 1974 Arnaldo Prieto foi indicado pelo presidente Ernesto Geisel para o cargo de ministro do Trabalho e Previdência Social. No cargo foi protagonista de questões importantes para o cenário político social do país, muito por conta da conjuntura da época, quando começou a surgir com mais força movimentos contrários ao governo.
Logo que assumiu, Arnaldo Prieto viu o Ministério ser desmembrado em dois, ficando responsável apenas pela pasta do Trabalho. Durante sua gestão atuou diretamente pela qualificação da mão de obra, assim como pela obtenção de salários e empregos correspondentes e pela proteção ao trabalhador empregado, tendo sido também o criador do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT).
O cargo de ministro do Trabalho tinha um papel importante na conjuntura do país em razão das relações tensas existentes entre governo e trabalhadores. O sindicalismo era controlado pelo governo brasileiro diante da necessidade percebida à época pelos militares de impossibilitar a “subversão do sistema trabalhista brasileiro”. Prieto entendia que os sindicatos não deveriam funcionar como instrumentos de pressão por parte dos trabalhadores e trabalhou para dotá-los de uma configuração mais passiva.
Arnaldo Prieto ainda estava à frente do Ministério do Trabalho quando ocorreu a famosa greve, em novembro de 1978, dos metalúrgicos da região do ABC em São Paulo, liderados por Luiz Inácio Lula da Silva, que pleiteavam mudanças na legislação, as quais dotariam os sindicatos de expedientes rejeitados pelo governo.
Em março de 1979 saiu do Ministério do Trabalho e foi nomeado diretor de projetos cooperativos do Banco Nacional de Habitação (BNH). Em setembro do mesmo ano foi nomeado, pelo então Presidente da República João Figueiredo, ministro do Tribunal de Contas da União na vaga decorrente da aposentadoria do ministro Wagner Estelita Campos.
Tomou posse no dia 10 de outubro de 1979, ressaltando que, embora houvesse a necessidade do ministro do TCU de se desligar da vida político-partidária, continuaria a pensar e se inteirar dos problemas políticos do país no sentido mais amplo. Foi ele o responsável pelo relatório e parecer das contas do Governo de 1980 e aposentou-se do cargo de ministro da Corte de Contas no dia 13 de maio de 1982.
Ainda em 1982 concorreu à Câmara dos Deputados, dessa vez pelo PDS, tendo alcançado a suplência. Nos anos seguintes, trabalhou como diretor da Associação Brasileira de Empresas de Crédito Imobiliário (ABECIP) e, em 1986, candidatou-se à Assembleia Nacional Constituinte, dessa vez pelo Partido da Frente Liberal (PFL) e foi eleito.
Na Constituinte, manifestou-se contrariamente à limitação do direito de propriedade privada, ao rompimento diplomático com países racistas, ao mandado de segurança coletivo, à estabilidade no emprego, a remuneração maior em 50% para o trabalho extra, à jornada semanal de 40 horas, ao turno ininterrupto de 6 horas, ao aviso prévio proporcional e a uma série de medidas que possibilitaria uma política de reforma agrária. Foi favorável à permanência da unicidade sindical, ao sistema presidencialista, ao mandato de cinco anos para Presidente da República, e à anistia para os pequenos e médios empresários.
Em 1991, ao término dessa legislatura, encerrou sua carreira política e voltou a trabalhar em Brasília na Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança. Arnaldo Prieto casou-se com Irma Emília Daudt Prieto e teve cinco filhos. Faleceu em 3 de julho de 2012 em Brasília.