Museu do Tribunal de Contas da União
Min. Dídimo Agapito da Veiga Junior (1894-1919)
O Ministro Dídimo Agapito da Veiga nasceu em Nova Friburgo (RJ) em 28 de junho de 1847. Filho do desembargador Dídimo Agapito da Veiga e Francisca Osório da Veiga e neto paterno do conselheiro José da Veiga – desembargador de agravos da Casa da Suplicação e ministro do Superior Tribunal de Justiça –, foi, ao longo das primeiras décadas da história inicial do Tribunal de Contas, um dos seus personagens mais importantes.
Realizou seus primeiros estudos em Humanidades e ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, onde se formou bacharel em Ciências Jurídicas em 1868. Ao longo do seu curso, conviveu com colegas que viriam a ser magistrados, professores, militantes da causa republicana e ministros de importantes cortes do País.
Após a conclusão de seu curso de Direito, deu seguimento a carreira na magistratura brasileira. Trabalhou inicialmente como juiz municipal em São João da Barra, juiz de órfãos em Campos e juiz de direito em Nova Friburgo, todas as localidades no estado do Rio de Janeiro. Em seguida, tornou-se juiz em Cachoeira do Itapemirim e chefe de polícia, ambos os cargos no estado de Espírito Santo.
Em 1890, com a Proclamação da República, veio o início de sua longa trajetória de trabalho com a fiscalização dos gastos públicos. Em 1891 assumiu o cargo de procurador fiscal e diretor do Tesouro Nacional, onde angariou a experiência necessária que o credenciou a ser indicado para o cargo de diretor do Tribunal de Contas. Em 17 de janeiro de 1893, foi empossado no cargo de ministro do TC.
O Tribunal havia sido criado formalmente em 1890, mas não tinha sido, de fato, implantado. O início de seus trabalhos se deu apenas em janeiro de 1893, quando esta Corte realizou sua primeira sessão de instalação.
Dídimo Agapito da Veiga foi nomeado diretor por intermédio do então ministro da Fazenda Serzedello Corrêa. O referido cargo era direcionado a um representante do Ministério Público, embora não possuísse formalmente tal distinção.
Dídimo Agapito foi membro da primeira leva de ministros do Tribunal de Contas, nos anos de 1894 a 1918, onde exerceu a presidência do tribunal. Durante os anos de 1895 a 1917, foi também ministro relator das contas do governo da República. Deixou o Tribunal em novembro de 1919, ao se aposentar.
Dídimo publicou diversas obras, entre as quais se destacam: A crença (1864), Palestra acadêmica (revista científica e literária de periocidade mensal, publicada em 1866 sob sua direção e a de Cândido Leitão e Leôncio de Carvalho), Ondinas: poesias (1868), Palmas e louros (1869), Mariposas: poesias (1870), entre tantas outras.
Faleceu em 10 de novembro de 1939.