Museu do Tribunal de Contas da União
Min. Élvia Lordello Castello Branco (1987-1995)
A ministra Élvia Lordello Castello Branco nasceu no dia 13 de dezembro de 1923 na cidade de São Félix, no estado da Bahia. Filha de Joaquim Cardoso de Mello e Alephadaleth Lordello de Mello, foi jornalista, jurista e ocupou diversos cargos públicos, chegando em 1985 ao posto de primeira ministra do Tribunal de Contas da União (TCU).
Em 1948, Élvia Lordello fez um curso de Introdução ao Serviço Social. Obteve seu diploma acadêmico em Ciências Jurídicas e Sociais pela antiga Faculdade de Direito do Recife. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde obteve seu segundo diploma na Faculdade Nacional de Direito do Rio de Janeiro e especializou-se em Direito do Trabalho. Em 1956 concluiu os cursos de Técnica Forense e Direito do Trabalho. Especializou-se na Natureza Jurídica do Ministério Público Português.
Atuou em sua área de formação acadêmica como assistente social no Instituto de Aposentadorias e Pensões Marítimas de 1º de agosto de 1948 a 3 de novembro de 1948. Nesse mesmo ano exerceu as funções de redatora da revista Motor do Rio de Janeiro, repórter da Vanguarda e do Jornal do Rio de Janeiro e como Colaboradora do Diário Carioca, onde permaneceu até 1949.
De 1º de agosto de 1953 a 14 de novembro de 1957 a ministra atuou como apuradora do serviço de educação do Ministério da Educação e Cultura. Nesse período, mais especificamente, de novembro de 1955 a novembro de 1957, trabalhou em outra área em que também obteve diploma, advogando no foro do Rio de Janeiro.
Ascendeu na carreira pública ao ser Juíza do Trabalho Substituta do TRT da 1ª Região, de 14 de novembro a 2 de novembro 1959. Ainda em novembro de 1959 tornou-se Juíza do Trabalho, sendo Presidenta da Junta de Conciliação e Julgamento de Nova Iguaçu, Niterói e Petrópolis.
Em 22 de agosto de 1961 deu-se início sua a trajetória no Tribunal de Contas ao ser nomeada Procuradora-Geral junto ao Egrégio Tribunal do Distrito Federal, permanecendo nesse cargo por 26 anos, até 9 de setembro de 1987.
Nesse ano, em 24 de agosto, foi nomeada ministra do TCU, pelo então Presidente José Sarney. A vaga surgiu em decorrência da aposentadoria do ministro Ewald Sizenando Pinheiro. Na ocasião de sua posse, o ministro Thales Bezerra de Albuquerque Ramalho saudou a nova ministra e proferiu as seguintes palavras: “A ministra Élvia Lordello Castello Branco incorpora-se, agora, ao plenário e, portanto, ao colégio de ministros do Tribunal de Contas da União. Um colegiado que busca somar opiniões, conciliar pontos de vista, no esforço de alcançar a melhor decisão para cada caso que lhe é submetido. A moderação, o equilíbrio, o bom senso, são qualidades intrínsecas do colegiado”.
De 1992 a 1993 passou a exercer a vice-presidência do TCU e no ano seguinte, devido a seu excelente desempenho, foi escolhida como Presidente da Corte de Contas. Foi a responsável pelo Relatório e Parecer das Contas do Governo da República de 1988.
A ministra possui várias publicações ao longo de sua carreira pública. A primeira data de 1963 na Revista de Administração Municipal, com um artigo intitulado “Algumas Notas Sobre a Administração Descentralizada do Distrito Federal”. Entre outras, possui: “Aspectos do Ministério Público de Portugal e do Brasil”, na Revista de Informação Legislativa e Revista do Tribunal de Contas do Distrito Federal (1971). Participou de numerosas palestras nas quais foi oradora, entre as quais: “Um Ministério Público constitucionalizado e independente como fator de fortalecimento dos Tribunais de Contas”, tese apresentada no XI Congresso dos Tribunais de Contas do Brasil; “Ministério Público e Procuradoria dos Tribunais de Contas” (1982), palestra proferida no Seminário sobre Tribunas de Contas, “Relatório de Tese do Ministério Público da União e do Tribunal de Contas” e Conferência proferida no Seminário sobre a Mulher, suas Profissões e a Transformação Social, realizado no Auditório da Ordem dos Advogados do Brasil em 17 de setembro de 1988.
Devido à sua brilhante carreira pública, recebeu a condecoração Medalha da Ordem do Mérito de Brasília, no grau de Grande Oficial. Recebeu também a Medalha da Ordem de Rio Branco, no grau de Grande Oficial e Medalha do Mérito do Trabalho, no grau de Grande Oficial.
Aposentou-se em 6 junho de 1995 do cargo de ministra da Corte de Contas, sendo substituída pelo ministro Humberto Souto.
Faleceu em 26 de novembro de 2005. Foi casada com Carlos Castello Branco, com quem teve três filhos: Rodrigo, Luciana e Pedro.
Em 2011 foi inaugurado o Anexo III do TCU, que foi batizado com o nome da ministra Élvia Lordello Castello Branco, em homenagem a todos os anos de serviço prestado na Corte de Contas. Na ocasião de inauguração, o ministro em atividade, Benjamin Zymler, homenageou a ministra com as seguintes palavras: “Dona de trajetória profissional invejável, sua nomeação para ocupar o cargo de ministra desta Corte de modo algum pode ser descuidadamente reputada como escolha casual. Ao contrário, sua notável formação profissional e sua experiência na magistratura do trabalho e na justiça de contas do Distrito Federal contribuíram de modo determinante para a indicação de seu nome, e seus atributos foram essenciais para sua brilhante atuação nesta Corte de Contas”.