Museu do Tribunal de Contas da União
Min. Guido Fernando Mondin (1975-1982)
O ministro Guido Fernando Mondin nasceu no dia 6 de maio de 1912 em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, filho de Guido Mondin e Romana Ongarato Mondin. Ele construiu uma brilhante carreira política, chegando a ocupar os cargos de vice-prefeito de Caxias do Sul, deputado federal e estadual, senador da República e ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Iniciou seus estudos do primário no Colégio São João Batista de La Salle em sua terra natal. Anos depois, Guido Mondin estudou na Escola Técnica de Comércio de Porto Alegre e também no Instituto Comercial do Sindicato dos Empregados no Comércio.
Sua formação acadêmica foi em Ciência Política e Econômica da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul, frequentando, ainda, o Instituto de Belas Artes. Desde cedo, Mondin mostrava interesse e engajamento político, e aos 15 anos de idade participou de reuniões de alguns partidos. Em 1948 começou oficialmente sua vida política ao eleger-se deputado federal pelo partido de Representação Popular (PRP), chegando a líder de sua bancada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Em 1955, alcançou o posto de vice-prefeito de Caxias do Sul, e no mesmo ano foi eleito deputado federal, função que desempenhou até 1958.
De 1959 a 1975, Guido Mondin elegeu-se senador pelo estado do Rio Grande do Sul e conseguiu se reeleger. Nesse cargo foi membro das comissões diretoras de finanças do Distrito Federal, de legislação social, de constituição e justiça, e de relações exteriores. Ocupou a cadeira de senador até 1975, deixando a vaga para Paulo Brossard.
Devido a sua competência ao longo dos anos na carreira pública, foi indicado ao cargo de ministro do TCU no dia 9 de abril de 1975, decorrente da aposentadoria do ministro Victor Amaral Freire. Na solenidade de sua posse, na Corte de Contas, o ministro Luiz Octavio Gallotti ressaltou a importância de terem escolhido um homem com tamanha experiência para executar os trabalhos no TCU e continuou prestando sua homenagem a Guido Mondin: “Portador da folha de serviços e do preparo intelectual que lhe recomendam ao nosso respeito e admiração, e dos predicados morais e de convivência humana que nos predispõem ao afeto e à simpatia”. Não por acaso, o ministro Guido Mondin mostra aptidão e conhecimento permanecendo no TCU até o ano de 1982. Nesse período foi relator das contas do Governo no ano de 1976. Em 1977, foi responsável pelo projeto que propõe o modelo de bandeira para o TCU, projeto que foi aprovado por unanimidade em plenário; nesse mesmo ano, foi escolhido vice-presidente. No ano seguinte, Mondin chegou ao posto de presidente do TCU.
Guido Mondin mostrou-se não só um homem de grande destreza política, mas também de múltiplos talentos, sendo um verdadeiro artista, tendo publicado poesias e prosas, além de algumas charges para jornais e revistas. Não obstante, acumulou longos anos de atividade teatral e expôs suas obras de pintura em onze mostras individuais. A respeito das pinturas, Mondin relatou seu gosto pelas questões socais: “A paisagem urbana não me atrai. As cidades-satélite, no entanto, oferecem temas e ricas sugestões, como o drama dessa gente humilde que veio para Brasília cheia de fé e esperança”.
Com o devido merecimento, Guido Mondin recebeu várias condecorações: Medalha Gratidão da Cidade de São Paulo, Cidadão Honorário de West Virginia, Grande Oficial do Grã-Ducado de Luxemburgo, Medalha do Mérito Tamandaré, Medalha do Pacificador, Grã-Cruz da Ordem do Mérito das Belas-Artes, Grande Oficial da Ordem do Mérito Rio Branco, Grande Oficial da Ordem do Mérito Militar, Grande Oficial da Ordem do Mérito Naval, Grande Oficial da Ordem do Mérito do Distrito Federal, várias condecorações escoteiras, sócio honorário ou benemérito de dezenas de entidades culturais, profissionais, assistenciais e esportivas, entre outras.
No dia 7 de maio de 1982, Guido Mondin obteve a aposentadoria compulsória do TCU ao completar 70 anos de idade, deixando a carreira pública após anos de prestação de serviço em benefício de toda a sociedade. Dessa forma, passou a se dedicar à pintura e ao escotismo.
Faleceu no dia 20 de maio de 2000, aos 88 anos, deixando a esposa Wera Gentz Mondin e a filha Talita Mondin Leivas.