Museu do Tribunal de Contas da União
Min Gustavo Capanema (1959-1961)
O ministro Gustavo Capanema Filho nasceu em Pitangui, Minas Gerais, em 10 de agosto de 1900, filho de Gustavo Xavier da Silva Capanema e Marcelina Julia de Freitas Capanema. Foi o ministro da Educação e Saúde Pública no governo de Getúlio Vargas, sendo o político que por mais tempo ocupou o cargo em toda a história. Atuou como ministro do Tribunal de Contas em 1959.
Seus estudos do secundário se deram no Colégio Azeredo, no Ginásio Mineiro, e no Colégio Arnaldo, dirigido por padres alemães. Concluiu a graduação em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidade Federal de Minas Gerais, em 24 de dezembro de 1924.
Iniciou sua carreira de homem público em 1922 como auxiliar da procuradoria-geral do estado de Minas Gerais. Após se formar, atuou como advogado e professor de História da Literatura Brasileira e de Psicologia Educacional na Escola Normal em sua cidade natal, Pitangui, entre 1925 e 1930. No período que vai de 1926 a 1930, atuou como vereador municipal, também em Pitangui. Entre outras atividades que desempenhou foi oficial de gabinete do presidente do estado de Minas Gerais, Olegário Maciel, em 1930, secretario do interior (1930 a 1933) e interventor federal no governo provisório, Minas Gerais (1933 a 1934).
Em meio aos turbulentos acontecimentos que marcaram a década de 1930, Gustavo Capanema foi escolhido para ministro da Educação e Saúde por Getúlio Vargas, então Presidente do Brasil. Reconhece-se a gestão do ministro Gustavo Capanema como uma das mais férteis, senão a mais fértil, da historia do ministério, depois desmembrado em dois. Capanema ocupou o cargo entre julho de 1934 e outubro de 1945 sendo, dessa forma, o ministro a permanecer mais tempo em atividade.
Nesse período foram criados e fundados órgãos como o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Instituto Nacional do Livro, o Serviço Nacional de Teatro, o Instituto Nacional de Cinema Educativo, vários museus, a Faculdade de Filosofia, o Conselho Nacional de Desportos, o SENAI, o Conservatório Nacional do Canto Orfeônico, os Serviços Nacionais de Tuberculose, Lepra, Câncer, Febre Amarela, Malária e o de Doenças Mentais, além de terem sido patrocinadas as edições de obras de grande valor cultural, como os Autos de Devassa da Inconfidência Mineira, as traduções da obra de Gaspar Barleu, Rerum per Octenium in Brasilia e da de Shakespeare, Romeu e Julieta. Publicaram-se ainda quatorze volumes do arquivo de Floriano Peixoto, As Cartas Chilenas e a primeira edição das poesias completas de Alphonsus de Guimaraens.
Após 11 anos como ministro no governo de Getúlio Vargas e com o fim do Estado Novo, Gustavo Capanema foi um dos fundadores do partido PSD mineiro, em 1945. No ano seguinte, concorreu às eleições para a assembleia constituinte, saindo vitorioso e sendo eleito deputado federal, cargo que ocupou até o ano de 1959.
No dia 31 de outubro de 1958 foi nomeado pelo então Presidente da República, Juscelino Kubitschek, como ministro do Tribunal de Contas, sendo empossado no dia 28 de janeiro de 1959. Permaneceu no posto de ministro da Corte de Contas até 16 de janeiro de 1961, quando se aposentou do cargo.
Senador da República entre 1971 e 1978, foi presidente da Comissão de Educação e Cultura no primeiro quatriênio e membro no segundo quatriênio. Também foi membro da Comissão de Constituição e Justiça.
Gustavo Capanema mostrou-se um intelectual, tendo forte ligação com a área cultura. Foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e ainda pertenceu à alta direção da Fundação Getúlio Vargas, da Bienal de São Paulo e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, tendo sido seu presidente por cinco anos. Recebeu a Medalha Machado de Assis e Medalha João Ribeiro, da Academia Brasileira de Letras.
Faleceu em 10 de março de 1985, no Rio de Janeiro. Foi casado com Maria de Alencastro Massot, com quem teve dois filhos.