Museu do Tribunal de Contas da União
Min. Henrique de La Rocque Almeida (1980-1982)
O ministro Henrique de La Rocque Almeida nasceu em São Luís no dia 8 de agosto de 1912, filho de Marcelino Gomes de Almeida Júnior e de Marieta de La Rocque Almeida.
Cursou direito na Faculdade de Direito da Bahia e na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, pela qual se bacharelou.
Em 1934, assumiu o cargo de técnico de administração do Ministério da Fazenda e atuou como jornalista profissional em diversos órgãos da imprensa cobrindo as atividades do Supremo Tribunal Federal. Chefiou um dos departamentos da Câmara de Reajustamento Econômico, cuja função específica era examinar as dívidas da lavoura. Foi presidente do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários de 1951 a 1953.
Em outubro de 1954 foi eleito suplente de deputado federal pelo Distrito Federal na legenda do PSP, ocupando uma cadeira na Câmara dos Deputados de julho a outubro de 1957. Em 1958 é eleito deputado federal pelo Maranhão na legenda das Oposições Coligadas, formadas por UDN, PDC e PR. Ao tomar posse, optou por retornar ao PSP, tornando-se membro efetivo da Comissão de Legislação Social e Suplente da Comissão de Serviço Publico da Câmara dos Deputados. Foi ainda relator da comissão especial incumbida de estudar a federalização da Justiça, encarregado do relatório final da comissão parlamentar de inquérito que investigou irregularidades nos institutos de previdência. Em abril de 1962, assumiu como segundo-secretário da mesa da Câmara, sendo escolhido, na ocasião, vice-líder da maioria e, no mês seguinte, vice-líder do PSP na Câmara.
Foi reeleito em outubro de 1962 na legenda do PSP, pela qual novamente conquista a segunda secretaria da mesa, atuando até o final deste mandato. Ainda que apoiasse o movimento político militar de 1964, foi o primeiro a defender os políticos que então se asilavam nas embaixadas e os que estavam sendo perseguidos. Com a extinção dos partidos e a instauração do bipartidarismo, filiou-se à Arena, legenda em que foi reeleito deputado federal pelo Maranhão em 1966. Foi escolhido primeiro-secretário da mesa em que permaneceu ate 1969, presidiu também a Comissão de Redação da Câmara.
Foi escolhido como candidato ao senado, elegeu-se na legenda da Arena em 1974, assumindo sua vaga no Senado em 1975. Atuou como membro efetivo das comissões do Distrito Federal, de Finanças e de Legislação Social, suplente da Comissão de Segurança Nacional e vice-presidente da Comissão de Educação e Cultura do Senado. Em 1975 participou da criação da Fundação Milton Campos para Pesquisas e Estudos Políticos da Arena, passando a integrar também seu conselho deliberativo.
Durante o processo de redemocratização manifestou sua confiança no processo de abertura democrática, e com outros importantes políticos dentro da Arena aceitava uma reforma constitucional que reservasse ao presidente da República e ao regime poderes extraordinários para sua defesa.
Em 1979 defendia a concessão de anistia restrita aos punidos por motivos políticos, sustentava que os banidos que retornassem ao país poderiam ser beneficiados com prescrição de penas. Assim, integrou a Comissão Mista do Congresso encarregada de examinar o projeto de anistia do governo, afinal aprovado e implantado ainda naquele ano. Com o fim do bipartidarismo e a consequente reformulação partidária, filiou-se ao partido governista PDS.
Em maio de 1980 tomou posse como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Durante a sessão de sua posse, o ilustre ministro e amigo, Luciano Brandão, teve a palavra e aproveitou a oportunidade para tecer vários elogios sobre sua pessoa, entre eles: “Parlamentar respeitado e acatado, de invulgar talento e sólida cultura, não o seduzia a linguagem agressiva, nem a oratória dramática. Competência e capacidade, eficiência e bom-senso, trabalho e honradez, todos esses predicados devotou à redação de lúcidos pareceres, aos estudos minuciosos, à elaboração de votos cristalinos, a oportunos pronunciamentos”.
Aposentou em 1982, mesmo ano em que faleceu no Rio de Janeiro, no dia 16 de agosto. Foi casado com Maria Amélia de La Roque Almeida.