Museu do Tribunal de Contas da União
Min. Homero Santos (1988-1999)
O ministro Homero Santos nasceu em Uberlândia, em Minas Gerais, no dia 29 de janeiro de 1930, filho de Manuel dos Santos e Juvenília Ferreira dos Santos.
De 1948 a 1952 cursou direito na Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Depois de formado exerceu a advocacia em sua cidade natal até o ano de 1955, quando tomou posse como vereador de Uberlândia pela legenda do PSD. Foi um dos sócio-fundadores da Instituição Uberlandense de Ensino. Em 1958 concorreu e foi reeleito vereador pela legenda do PSD, mandato durante o qual foi presidente da câmara municipal Uberlândia.
Em outubro de 1962 elegeu-se deputado estadual em Minas Gerais, ainda pelo PSD, momento em que atuou como membro efetivo da Comissão de Assuntos Municipais e Interestaduais. Com a extinção dos partidos políticos e a instauração do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de apoio ao regime militar, sendo membro efetivo das comissões de Siderurgia e Mineração, de Constituição, Legislação e Justiça e de Aquisição de Obras para a biblioteca da Assembleia.
Em 1966 foi reeleito pela legenda da Arena, líder do governo Israel Pinheiro na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e presidente da mesa. Como membro da Comissão de Siderurgia e Mineração da Assembleia, viajou a países da Europa e aos Estados Unidos.
Em novembro de 1970 foi eleito deputado federal por Minas Gerais na legenda da Arena. Na câmara dos deputados, foi vice-líder de seu partido, titular da Comissão de Finanças e suplente da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão Especial da Bacia do São Francisco. Ainda durante esse mandato foi representante da câmara dos deputados nos congressos dos parlamentos europeu e latino-americano. Reelegeu-se na legenda da Arena em 1974 e 1978, sendo nesses mandatos presidente da Comissão de Finanças, primeiro vice-presidente da mesa e titular da Comissão de Transportes. Com a extinção do bipartidarismo em 1979, filiou-se ao PDS, que deu continuidade à extinta Arena.
Em 1982, já na legenda do PDS, concorreu a novo mandato, sendo reeleito. Foi titular das comissões de Serviço Publico, de Agricultura, Comercio e Política Rural e da CPI sobre Sistema Bancário; foi presidente e primeiro vice-presidente da Comissão de Serviço Público e suplente das comissões de Relações Exteriores, de Agricultura e Política Rural e da CPI das Relações Econômicas Brasil-Polônia. Nesse período foi representante da câmara dos deputados em uma série de encontros, conferências e visitas oficiais por todo o mundo.
Em 1984, o PDS sofreu uma profunda fissura quando o candidato Paulo Maluf se negou a participar das prévias para indicação de um nome de consenso, e com isso as principais lideranças do partido entraram em discordância e resolveram formar a Frente Liberal. Homero Santos lutou para manter a coesão do partido, mas, sem sucesso, acabou por aderir ao grupo dissidente. Com o desgaste provocado pelo processo de sucessão eleitoral em 1985, o grupo dissidente pedessista abandona definitivamente o partido e forma o PFL, ao qual Homero filiou-se em 1986.
Foi reeleito deputado federal, agora pela legenda do PFL. Nesse mandato foi vice-presidente da mesa e participou ativamente da Assembleia Nacional Constituinte, sendo titular da Subcomissão dos Direitos Políticos, dos Direitos Coletivos e Garantias, da Comissão da Soberania e dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher e suplente da Subcomissão do Sistema Financeiro, da Comissão do Sistema Tributário, Orçamento e Finanças.
Não concluiu o mandato, deixando a cadeira que ocupava em 1988, quando foi nomeado pelo Presidente da República José Sarney para o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Foi presidente do órgão nos anos de 1997 e 1998 e em seu discurso durante a cerimônia de posse demonstra logo no início o grau de importância que o órgão assumiu, o reconhecimento que tem pelos colegas e a postura que pretende adotar nos seus anos de mandato: “As realizações e as demais medidas adotadas pela ínclita presidência, a que tenho a honra de suceder, comprovam as transformações que se processaram em nossa corte. De minha parte, talvez sejam menos extraordinários os planos e metas para o futuro, mas não serão, verdadeiramente, menos patrióticos e abnegados. Não faltará vontade de acertar, capacidade de dialogar, aprender, imaginação para superar as dificuldades e os problemas e coragem para decidir e corrigir os possíveis erros”. Durante sua gestão, criou a Secretaria de Acompanhamento de Obras Públicas e inaugurou os prédios dos anexos.
Aposentou-se em 16 de junho de 1999 e faleceu no dia 5 de outubro de 2008 em Brasília. Era casado com Martha Zaiden Santos e deixou três filhos.