Museu do Tribunal de Contas da União
Min. Iberê Gilson (1966-1971)
O ministro Iberê Gilson nasceu em Vassouras, Rio de Janeiro, no dia 5 de março de 1917, filho de Francisco José de Andrade Gílson e de Alice de Oliveira Gílson.
Iniciou seus estudos primários em sua cidade natal e os secundários em Juiz de Fora (MG), pelo qual se diplomou perito-contador em 1934. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em administração e finanças pela Faculdade de Ciências Econômicas do Rio de Janeiro em 1938 e em ciências atuariais pela Academia do Comércio do Rio de Janeiro em 1941. Bacharelou-se também em ciências econômicas, em ciências estatísticas e em direito. Obteve dois títulos de doutor pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fez o curso da Escola Superior de Guerra e os cursos de extensão de administração publica, de organização racional do trabalho e de sociologia.
Exerceu o magistério em diversas instituições do país, inclusive como professor especializado da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas de Minas Gerais. Lecionou na Escola Técnica e Comercial do Sindicato dos Contabilistas do Rio de Janeiro e na Escola Técnica e Comercial Santa Rosa. Professor catedrático de teoria econômica da contabilidade da Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas Morais Júnior, da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde também foi decano e membro dos conselhos universitário e executivo, professor titular da escola de Altos Estudos em Administração Internacional e professor honoris causa da Universidade Federal de Santa Maria, do Rio Grande do Sul. Foi ainda professor no Instituto Brasileiro de Contabilidade, da Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas, da qual foi também coordenador, e da Pontífice Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Em 1956 atuou como presidente da VIII Convenção dos Contabilistas do estado do Rio de Janeiro. Atuou ainda como delegado em diversas conferências de contabilidade por todo o Brasil e exterior e em 1966 foi vice-presidente do I Primeiro Congresso Internacional de Ensino Superior de Contabilidade, realizado no Rio de Janeiro.
Foi classificado em primeiro lugar no primeiro concurso para cargos da administração fazendária realizado pelo Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP). Nesse departamento procedeu em diversos cargos e funções, entre eles foi chefe da Seção de Bancos e Correspondentes da Contadoria-Geral da República, foi contador-geral da Companhia Vale do Rio Doce, diretor do Serviço de Economia e Estáticas Financeiras do Ministério da Fazenda e participou da banca examinadora do concurso para auditor do Tribunal de Contas.
Durante o governo de Juscelino Kubitschek, atuou, entre 1958 e 1959, como chefe do Departamento Financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico – do qual também foi diretor substituto – e como chefe do gabinete do ministro da Fazenda Lucas Lopes.
Com início do governo militar em 1964 tornou-se subchefe do Gabinete Civil da Presidência da República e atuou em diversas outras funções, e ainda em 1965 foi também diretor da Faculdade Nacional de Ciências Econômicas da UFRJ.
Em 13 de dezembro de 1966 foi nomeado ministro do Tribunal de Contas, exerceu a presidência desse órgão entre 1969 e 1970. Como delegado ou membro de delegação participou de numerosos congressos e reuniões por todo o mundo, entre eles o VI Congresso Internacional das Instituições Superiores de Controle de Finanças Públicas, em Tóquio, e da V Reunião do Conselho Dirigente da Organização Internacional das Instituições Superiores de Controle das Finanças Públicas (Intosai), em Viena. Em 29 de março de 1971 aposenta-se do cargo de ministro e ainda foi, de 1974 a 1979, subchefe da Casa Civil do governo do general Ernesto Geisel.
Durante a sua carreira ocupou diversos cargos de grande importância, entre eles o de presidente da Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), presidente do conselho consultivo da Rede Ferroviária Federal, primeiro presidente da Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel) e vários outros.
Em sua vida pública, fundou a Academia Brasileira de Ciências Econômicas, Políticas e Sociais foi ainda membro e presidente do Conselho Federal de Contabilidade e do Conselho Federal de Economia. Em 1975 tornou-se presidente do Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros. Assim, atuou como diretor em diversos sindicatos e membro ou diretor em diversas academias e associações, todas voltadas para as áreas econômicas, administrativas e contábeis.
Foi escritor, poeta e jornalista, fundou o Boletim de Conjetura Econômica e a Carta de Análise e Perspectiva Econômica, e pertenceu à Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 15 de abril de 1996.