Museu do Tribunal de Contas da União
Min. João Nogueira de Rezende (1981-1985)
O ministro João Nogueira de Rezende nasceu em Itaverava, município nas proximidades de Conselheiro Lafaiete em Minas Gerais, em 13 de dezembro de 1915. Filho de Telésforo Cândido de Rezende – importante fazendeiro e político do município de Conselheiro Lafaieite – e Duartina Nogueira de Rezende, representou Minas Gerais no parlamento brasileiro por mais de três décadas, tornando-se um importante personagem da história recente da política brasileira.
Realizou seus estudos primários no grupo escolar Domingos Bebiano, no Município de Conselheiro Lafaiete e, em seguida, cursou o secundário no internato do Ginásio Mineiro de Barbacena. Ainda muito jovem ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Minas Gerais, colando grau em 1936.
Entre 1936 e 1951 trabalhou como advogado no município de Conselheiro Lafaiete, acumulando também os ofícios de diretor do jornal de Lafaiete, professor de Economia Política, Seminário Econômico e Legislação Fiscal da Faculdade Superior de Comércio de Conselheiro Lafaiete e professor de Geografia do ginásio Monsenhor Horta. A trajetória profissional que construiu no município acabou por lhe tornar um importante líder político da região.
No ano de 1951, Nogueira de Rezende deu o primeiro grande passo em sua carreira política ao eleger-se deputado federal por Minas Gerais. Em seu primeiro ano como deputado, renunciou para assumir o cargo de diretor do Banco de Crédito Real de Minas Gerais.
No ano de 1955, já reeleito, licenciou-se da câmara dos deputados para assumir o cargo de Secretário do Interior e Justiça do governo de Minas Gerais. Na sua gestão criou o Serviço Social do Menor, construiu e instalou patronatos para menores carentes e abandonados. Além disso, criou novas comarcas, melhorando o funcionamento da justiça, e realizou o acordo de limites entre Minas Gerais e o Espírito Santo sobre a região do Contestado.
Na década de 1960, mais especificamente nos turbulentos anos de 1963 e 1964, assumiu a liderança do Partido Republicano. Nos anos seguintes, filiou-se à Arena, tornando-se vice-líder do partido entre os anos de 1966 e 1969.
Ao longo de sua trajetória parlamentar fez parte de uma grande quantidade de comissões, como a de Relações Exteriores, de Minas e Energia, de Finanças, de Orçamento, de Fiscalização financeira e Tomada de Contas e de Constituição e Justiça. Foram muitas também suas participações em comissões Parlamentares de Inquérito e Comissões Especiais.
Após mais de 30 anos na câmara dos deputados, o então parlamentar Nogueira de Rezende foi indicado, em abril de 1981, pelo Presidente da República João Figueiredo para ocupar a vaga de ministro, aberta em razão da aposentadoria do ministro Mauro Renault Leite.
O ministro Nogueira de Rezende tomou posse no cargo em 5 de maio de 1981, sendo saudado pelos seus pares com discursos que reconheciam o grande trabalho desenvolvido como parlamentar por mais de três décadas. Em seu discurso de posse, chamou atenção para a necessidade de fortalecer o tribunal com novos poderes, a fim de que se tornasse possível que essa Casa pudesse tornar exequível o cumprimento de seus objetivos.
Assumiu a presidência dessa Corte em 1985 e no mesmo aposentou-se, aos 70 anos de idade. Publicou os seguintes trabalhos ao longo de sua trajetória: Árvore Genealógica da família Nogueira de Rezende, Memórias, Discursos Parlamentares e Da desapropriação por Utilidade Pública.
O ministro Nogueira de Rezende foi casado com Laura Baeta de Resende, falecida em 1954. Contraiu segundas núpcias com Elma Neiva Nogueira de Resende, e é pai de cinco filhos. O ministro faleceu no dia 7 de fevereiro de 2015 aos 99 anos, próximo a completar seu centenário.