Museu do Tribunal de Contas da União
Min. Jorge Vargas (1987-1988)
O ministro Jorge Vargas nasceu em Paracatu, Minas Gerais, no dia 28 de janeiro de 1926, filho de Quintino Vargas e de Maria Soter Vargas. Seu pai participou da Revolução de 1930, foi prefeito de Paracatu e um dos fundadores da União Democrática Nacional (UDN) em Minas Gerais.
Fez seus estudos primários e secundários em Patrocínio (MG) e os concluiu em Belo Horizonte. Em 1942, fez o curso de piloto civil em Pirapora. Em 1945, retornou a Patrocínio e trabalhou como professor de inglês até o ano seguinte. De 1947 a 1949 foi secretário parlamentar na capital mineira, e em 1950 tornou-se assessor parlamentar, função que exerceria por quatro anos. Ainda naquele ano foi eleito membro do Diretório Estadual da UDN em Minas Gerais.
Em 1953, bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito da Universidade de Minas Gerais; seguiria a carreira de advogado pelos próximos 15 anos, alternando-a entre Belo Horizonte e Pirapora.
Em 1957 elegeu-se presidente do diretório municipal da UDN em Pirapora, permanecendo no cargo até 1962. Em 1963, elegeu-se deputado estadual pela UDN. No ano seguinte, foi vice-presidente regional em exercício do seu partido, atuou como membro da Constituição, Legislação e Justiça, chegando aos cargos de vice-presidente e presidente, como membro efetivo da Comissão de Construção do Palácio da Inconfidência e da Comissão de Siderurgia e Mineração. Durante esse mandato liderou a bancada da UDN, ocupou, de 1965 a 1966, a presidência da Comissão Executiva da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e foi vice-líder do governo de José de Magalhães Pinto.
Com a extinção dos partidos, em outubro de 1965, e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se a Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de apoio ao regime militar instaurado. Em 1966 é reeleito pela legenda arenista e atua como presidente da Comissão de Constituição de Legislação e Justiça da ALMG. Em 1968 torna-se membro do Diretório Estadual da Arena em Minas Gerais.
Em 1970, é eleito deputado federal pela legenda da Arena. Na câmara, presidiu a Comissão de Finanças e foi suplente das comissões de Agricultura e Política Rural e do Polígono das Secas. Em 1972 apresentou o projeto de lei que criou a Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Em novembro de 1974 foi reeleito deputado federal, ainda pela legenda da Arena, e permaneceu na Comissão de Finanças e como suplente na Comissão de Agricultura e Política Rural. Exerceria, ainda, as funções de vice-líder do governo do presidente Ernesto Geisel (1974-1979) e da Arena na Câmara.
Em 1977 integrou o grupo de deputados conhecidos como “frotistas” por apoiar o Ministro do Exército, Sílvio Frota, para a sucessão presidencial. Nas eleições de 1978, no qual seria reeleito deputado federal, manifestou-se favorável à revisão do quadro partidário, considerando indispensável a criação de novos partidos. Com a extinção do bipartidarismo em 1979, filiou-se ao Partido Popular (PP), agremiação liderada por Tancredo Neves, no qual tornou-se segundo secretário. Nesse mandato foi vice-líder do partido na Câmara, presidente das comissões de Minas e Energia e de Finanças e suplente da Comissão de Agricultura e Política Rural.
Em novembro de 1982 é reeleito deputado federal, agora pela legenda do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Filiou-se a essa agremiação quando o seu antigo partido, o PP, se aglutinou a ela. Neste mandato, integrou a comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados. Em abril de 1984 votou a favor da emenda Dante de Oliveira, que propôs a realização de eleições diretas para presidente naquele mesmo ano. Porém, a emenda não adquiriu o número de votos indispensáveis e a sucessão presidencial foi decidida de maneira indireta. No colégio eleitoral de 15 de janeiro de 1985, Jorge Vargas votou em Tancredo Neves, candidato vitorioso que não chegou a ser empossado na presidência, pois faleceu em abril de 1985, assumindo, assim, o vice, José Sarney.
Em 1986 apresentou o projeto de lei que criou o Código Brasileiro da Aeronáutica. No início de 1987 foi nomeado ministro do Tribunal de Contas da União, pelo presidente José Sarney.
Faleceu em Brasília em 22 de setembro de 1988. Era casado com Maria Helena Coutinho Vargas, com quem teve oito filhos.