Museu do Tribunal de Contas da União
Min. Mauro Renault Leite (1969-1981)
O ministro Mauro Renault Leite nasceu no dia 1 de março de 1911 na cidade de Barbacena, Minas Gerais, e construiu ao longo de sua vida uma sólida carreira na administração pública, a qual o conduziu ao cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Membro de uma família ilustre de Minas Gerais, com vários parentes participando ativamente da política nacional, não demorou a seguir a mesma trajetória. Era primo de José Francisco Bias Fortes, deputado federal por Minas Gerais em várias legislaturas durante as décadas de 1920, 1930 e 1940 e ministro da justiça e governador de seu estado na década de 1950.
Também era primo de Crispim Jacques Bias Fortes, deputado federal por Minas Gerais por muitas legislaturas, que se estenderam desde 1951 até 1983.
Contudo, destacamos um membro de sua família em especial: seu primo-irmão, Abgar de Castro Renault, que assim como ele também foi ministro do TCU.
Mauro Renault Leite realizou as primeiras etapas de seus estudos no tradicional colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, ingressando posteriormente nas Forças Armadas por meio do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR). Formou-se Engenheiro Geógrafo em 1931 e Civil em 1933 pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro.
Nos anos seguintes, trabalhou como engenheiro da prefeitura do Distrito Federal, chegando à chefia de sua divisão em 1938. Posteriormente, tornou-se representante do estado do Piauí no governo federal para assuntos econômicos e financeiros. Ao início da década de 1940, foi perito do Banco do Brasil, representante do Distrito Federal no Conselho Nacional de Petróleo e engenheiro da Central do Brasil.
Com a derrocada do Estado Novo no ano de 1945, deu-se o início do processo de redemocratização do país, que incluía a realização de eleições para a formação de uma assembleia constituinte. Nesse pleito, Mauro Renault Leite tornou-se deputado pelo Piauí, na legenda do PSD, da qual foi um dos fundadores. A influência direta do então presidente da República Eurico Gaspar Dutra, seu sogro, na estruturação de sua candidatura, foi decisiva para seu sucesso, mesmo sendo pequena a ligação do presidente com o estado do Piauí.
Ao longo de sua legislatura, atuou firmemente como líder da bancada piauiense do seu partido e participou como membro efetivo da Comissão do Polígono das Secas. Não se candidatando novamente em 1951, retornou nesse mesmo ano à chefia de engenharia da prefeitura do Distrito Federal.
Em 1966 passou a fazer parte do Conselho Técnico do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA) e, posteriormente, tornou-se presidente da Comissão Permanente para o Estabelecimento de Núcleos Industriais da Guanabara, de onde saiu em maio de 1969 após ter sido nomeado para o cargo de ministro do TCU.
Tomou posse nesta casa em 29 de maio de 1969, sendo saudado pelo ministro presidente José Pereira Lira e pelo então procurador do Ministério Público, Luiz Octavio Gallotti, com discursos que enfatizavam o merecimento de sua nomeação em razão da sua exitosa carreira na Administração Pública.
Foi o responsável por emitir parecer sobre as contas do governo para o ano de 1970 e publicou diversos trabalhos em congressos internacionais sobre questões de finanças públicas e controle externo.
Aposentou-se do cargo de ministro em fevereiro de 1981, sendo agraciado por seus pares nos discursos, os quais reconheceram sua contribuição a esta casa ao longo dos 13 anos em que aqui permaneceu.
Destaca-se a solenidade de aposentadoria, o discurso do então presidente do TCU, o ministro Luciano Brandão, que entre elogios e palavras de agradecimento registrou a coincidência de ambos terem estudado na Escola Politécnica do Rio de Janeiro.
O ministro Mauro Renault Leite faleceu em 10 de junho de 1997. Foi casado com Emília Dutra Leite (filha do presidente Eurico Gaspar Dutra), com quem teve um filho.