Museu do Tribunal de Contas da União
Min. Mem de Sá (1971-1973)
O ministro Mem de Azambuja Sá nasceu em 10 de maio de 1905, na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Filho de Augusto da Silva Sá e Amélia Azambuja Sá foi um importante político brasileiro. Atuou como advogado, jornalista e professor e construiu uma brilhante carreira política, destacando-se como deputado estadual, senador, ministro da justiça e ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Mem de Sá deu início aos seus estudos do primário no Grupo Escolar Fernando Gomes. Concluiu o secundário nos ginásios Júlio de Castilhos e Anchieta, todos em Porto Alegre.
Em 1922, tem início a primeira grande revolta do movimento tenentista, conhecida como a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, que buscava confrontar as antigas oligarquias que ainda comandavam o período da República Velha e as ofensivas contra os militares. Foi nesse mesmo ano que Mem de Sá mudou-se para o Rio de Janeiro, foi admitido na tradicional Escola Militar do Realengo e, com aflorado espírito político e cívico, aderiu a esse movimento, que foi o primeiro de muitos do movimento tenentista.
Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Porto Alegre no ano de 1928. Desde cedo Mem de Sá mostrou vocação para a política, e uma de suas primeiras atividades foi como Secretário do Diretório Central do Partido Libertador (PL). Também atuou como Chefe de Gabinete do Secretário de Obras Públicas Walter Jobim. Em 1937, trabalhou como jornalista do estado do Rio Grande do Sul. Nesse mesmo ano foi consultor jurídico do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem. Foi ainda professor de Economia e Finanças da Escola Superior de Administração e Finanças, até 1936. Lecionou Economia e Finanças na Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre. Deu aula de Finanças na Faculdade de Direito da Universidade do Rio Grande do Sul e nessa instituição conseguiu, por sua experiência na área econômica, tornar-se professor catedrático de Economia entre os anos 1950 e 1954.
No ano de 1947, elegeu-se deputado estadual pelo PL na assembleia constituinte e na assembleia estadual. Reelegeu-se para o mesmo cargo de deputado estadual também pelo PL entre 1951 e 1954 e tornou-se o líder do partido na assembleia legislativa do Rio Grande do Sul.
Nesse mesmo ano chegou a ser o suplente de senador da República. Fez carreira no senado federal onde permaneceu durante seis anos, ocupando o cargo de senador da República de 1956 a 1962. No senado, foi vice-líder do partido da Aliança Renovadora Nacional (Arena). Em outubro de 1962, conseguiu a reeleição como senador, exercendo o mandato até 1971. No senado integrou as comissões de Educação e Cultura, de Projetos do Executivo, de Finanças, de Redação, de Indústria e Comércio, de Economia, de Transportes e de Tarifas Alfandegárias e representou o senado em inúmeras missões no exterior.
Mem de Sá chegou em mais um alto cargo no governo ao ser nomeado em 1966 pelo então Presidente da República, Castelo Branco, para ser o Ministro da Justiça, sucedendo Juraci Magalhães.
Em abril de 1971, Mem de Sá foi nomeado pelo então Presidente Ernesto Geisel ministro do TCU, em decorrência da aposentadoria de Guilhermino de Oliveira. Foi presidente dessa Corte de Contas no ano de 1972.
Possui diversos trabalhos publicados, entre eles: Do Corporativismo no campo da Economia (tese de cátedra), Discursos nos Anais da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e Anais do Senado Federal, A Politização do Rio Grande do Sul (ensaio histórico) em 1974 e Tempo de Lembrar (memórias) de 1979.
Recebeu inúmeras condecorações, entre elas: membro da Ordem do Rio Branco, membro da Ordem de Caxias e membro da Ordem do Mérito Naval.
Faleceu em 14 de março de 1989. Foi casado com Elsa Tschiedel Sá, com quem teve três filhos.