Museu do Tribunal de Contas da União
Min Octávio Tarquínio de Sousa Amarantho (1932-1943)
O ministro Octávio Tarquínio de Souza Amarante nasceu no Rio de Janeiro, então capital do império, no dia 7 de setembro de 1889, filho de Braúlio Tarquínio de Souza Amaranto – que foi advogado, professor de direito e jornalista – e de Joana Oliveira de Souza.
Durante seus estudos primários foi aluno da professora Deonilda Tavares Bastos, irmã do político, jornalista e historiador Aureliano Cândido Tavares Bastos. Cursou o secundário no colégio do professor João Kopke e no Ginásio Fluminense, em Petrópolis (RJ). Ainda estudante, já colaborava com jornais do interior do estado do Rio de Janeiro. Formou-se em 1907 pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, no então Distrito Federal.
Ingressou para o funcionalismo público como segundo-oficial da administração dos correios. De 1914 a 1918 dirigiu o serviço postal do Rio de Janeiro e, nesse período, colaborou regularmente no jornal O Estado de S. Paulo de 1916 a 1917.
Em 1918 tornou-se procurador-geral do Tribunal de Contas, função que exerceria até 1932. Nesse período, em 1924, representou o Brasil na Conferência Internacional de Emigração e Imigração, realizada em Roma. Em 29 de novembro de 1932 foi nomeado como ministro do Tribunal e de 1934 a 1936 foi presidente do TC, passando a vice-presidente no ano seguinte. Durante esse período, mais especificamente em 1934, tornou-se o primeiro presidente da Associação Brasileira de Escritores e, em 1935, colaborou como critico literário em O Jornal do Rio de Janeiro, abandonando em 1937.
Durante o Estado Novo (1937 a 1945), entre 1938 e 1943 foi diretor da Revista do Brasil e, em 1939 passou a coordenar a Coleção Documentos Brasileiros da Editora José Olímpio, do Rio de Janeiro. Em janeiro de 1945 representou o Distrito Federal no I Congresso Brasileiro de Escritores, promovido pela Associação Brasileira de Escritores, congresso esse que, organizado em São Paulo, reuniu expressivo número de intelectuais de variadas tendências políticas que emitiu manifesto em favor da democracia e das liberdades públicas, representando uma forte tomada de posição contra o Estado Novo.
Como ministro do TC, aposentou-se em 6 de julho de 1943. A partir desse ano, passou a dirigir, em colaboração com Afonso Arinos de Melo Franco, a Revista do Comércio, atividade que viria a exercer até 1947.
Foi também ficcionista, tradutor e historiador. Sua colaboração na imprensa estendeu-se a jornais e revistas como O País, A Noite, Correio da Manha e Tribuna da Imprensa, do Rio de Janeiro, e Folha da Manhã de São Paulo.
Faleceu em 22 de dezembro de 1959 em companhia de sua esposa, a escritora Lucia Miguel Pereira, em decorrência de desastre aéreo ocorrido no Rio de Janeiro.