Museu do Tribunal de Contas da União
Min. Olavo Drummond (1990-1995)
O ministro Olavo Drummond nasceu na cidade de Araxá, no estado de Minas Gerais, no dia 31 de agosto 1935. Seus pais foram Salomão Drummond e Hermantina de Castro Drummond. Ao longo de sua vida, atuou no ramo jornalístico e seguiu carreira política, representando Minas Gerais. Também se dedicou à literatura, ganhando lugar na Academia Mineira de Letras.
Concluiu seus estudos secundários pela Universidade Federal de Minas Gerais como bacharel em Direito. Ao sair, deu início à sua carreira profissional no ano de 1936, no Cartório do 3º Ofício da Comarca de Araxá, onde permaneceu por quatro anos. Posteriormente, passou pelo jornalismo como redator do Estado de Minas, do Diário da Tarde e da revista O Cruzeiro. Em 1945, ocupou a secretaria da presidência do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), permanecendo por onze anos. Em 1948, concomitante ao seu encargo no TRE, foi professor da Escola Rafael Magalhães.
Sua entrada na vida política ocorreu no ano de 1954, com sua atuação como deputado estadual e suplente de deputado federal pelo Partido Social Democrático (PSD), posição que ocupou até 1958. Ao sair da Assembleia Legislativa daquele ano, tornou-se procurador da Fazenda Nacional. Entre outras posições importantes está a secretária da presidência do Banco do Brasil, em 1959, e no ano seguinte foi para os Estados Unidos como delegado brasileiro na Marinha Mercante, envolvido nos assuntos da Lloyd Brasileiro (companhia brasileira de navegação que operou entre 1894 e 1997).
Dois anos depois voltou para o Brasil com o cargo de procurador da República no Supremo Tribunal Federal (STF) durante onze anos. Sua importante presença na casa foi tão ativa que emitiu mais de mil pareceres durante esse período. Concomitante ao seu encargo no STF, Olavo Drummond foi conselheiro, curador e fundador do Memorial JK em Brasília por ser conterrâneo e amigo do presidente Juscelino Kubistchek.
Teve uma passagem pela iniciativa privada quando em 1976 foi vice-diretor dos cursos de especialização das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Em 1979, atuou como diretor financeiro e diretor de recursos humanos da Viação Aérea de São Paulo (VASP) e em 1984 foi vice-diretor da Associação Tibiriçá de Educação.
No período de 1981 a 1990 atuou como conselheiro e corregedor no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. No ano de sua saída foi nomeado ministro do TCU, em 28 de maio do ano de 1990, no governo de Fernando Collor, ocupando a vaga do ministro Emérito Alberto Hoffman. Durante sua permanência na casa foi relator das Contas do Governo para o ano de 1992. Ficou nesta corte pelo período de cinco anos e aposentou-se em 30 de agosto de 1995.
Ao concluir sua passagem pelo TCU, foi chanceler da Universidade de São Marcos, localizada em São Paulo, bem como membro da Academia Mineira de Letras na vaga de Tancredo Neves, além de compor a Academia Araxaense de Letras. Voltou para Araxá, e em 1997 elegeu-se prefeito; durante o seu mandato, presidiu a Associação dos Municípios do Alto Paranaíba, sendo escolhido “prefeito amigo da criança” pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) por dois anos consecutivos em 1999 e 2000.
Tinha também sua devoção religiosa e foi o responsável e idealizador do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Araxá, em 2001. A obra foi realizada sem qualquer participação financeira dos poderes públicos. Seu afinco em melhorar a paróquia foi reconhecido quando conseguiu, em Portugal, a réplica da imagem da Santa milagrosa em solenidade especial realizada no próprio santuário pelo bispo de Leiria, Dom Serafim Ferreira, além da presença de alguns bispos europeus.
Ao completar 50 anos dedicados ao serviço público, em 1995, recebeu a Medalha Prêmio concedida pelo TCU e a Medalha de Ouro, entregue pessoalmente pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
Entre suas publicações, destacam-se livros como Ensaio geral, Noite no tempo, O amor deu uma festa e O vendedor de estrelas. Faleceu aos 80 anos, no dia 8 de maio de 2006. Sua morte foi lamentada dentro do Tribunal, e muitos ministros como Valmir Campelo se comprometeram em expressar palavras de pesar: “profundamente consternado com o falecimento hoje do meu dileto amigo. Rendo também as mais justas homenagens póstumas a esta grande figura humana, que aliada à sensibilidade do escritor e poeta, tanto contribuiu com sua bondade e inteligência, dinamismo e competência para engrandecer esta instituição”.
O ministro Drummond faleceu em 8 de maio de 2006.