Museu do Tribunal de Contas da União
Min Vergniaud Wanderley (1951-1975)
O ministro Vergniaud Borborema Wanderley nasceu no dia 11 de agosto de 1905 na cidade de Campina Grande, na Paraíba. Filho de Vigolvino Pereira Monteiro Wanderley e Maria Augusta Borborema Wanderley, foi um importante político brasileiro e construiu uma profícua carreira pública. Seu último cargo foi ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), no qual permaneceu 23 anos.
Deu início a seus estudos do primário entre os anos de 1914 e 1918 em sua cidade natal. Fez o secundário no tradicional Lyceu Paraibano. Após algum tempo mudou-se para o Recife, onde concluiu a graduação em Direito pela Faculdade de Direito da capital pernambucana.
Assim que se formou, passou a atuar em sua área de formação acadêmica. De 1930 a 1934 atuou como promotor público nas cidades de Itajaí, Brusque e Blumenau, todas no estado de Santa Catarina. Em 27 de abril de 1934 atuou como juiz de direito em Harmonia e em Biguaçu, cargo que ocupou até 31 de janeiro de 1935. De volta a sua terra natal, atuou como chefe de polícia e secretário interino da Produção, Comércio, Viação e Obras Públicas e Agricultura, também em 1935.
Não tardou e seguiu pelo caminho político, e em 1935 elegeu-se pela primeira vez prefeito de Campina Grande, cargo no qual permaneceu até o ano de 1937. Foi um dos mais aclamados prefeitos da cidade, sendo o responsável pelo projeto de urbanização que buscou remodelar o espaço urbano de Campina Grande, tornando-a mais cosmopolita. Em entrevista ao jornal Diário da Borborema, relatou que pretendia fazer de Campina Grande a capital da Paraíba. Vergniaud Wanderley esteve empenhando em promover uma verdadeira revolução urbana e mostrou-se orgulhoso pelo trabalho feito na cidade após alguns anos, em uma entrevista para o Jornal Diário de Borborema: “eu só tenho de me orgulhar daqueles passos, daquelas medidas que tomei, fazendo que aquela cidade pouco desenvolvida da época se tornasse hoje essa verdadeira capital do centro do nordeste brasileiro”.
Devido a sua brilhante gestão à frente da prefeitura de Campina Grande, conseguiu se reeleger em 20 de agosto de 1940, permanecendo nessa função até 1 de março de 1945.
Na área política ainda atuou como senador pelo estado da Paraíba, participando da Assembleia Constituinte. Dessa forma, Vergniaud Wanderley acumulou três mandatos em que conseguiu se eleger e onze anos de atividade política prestada ao Estado brasileiro.
Seu mandato teve início em 1946, assim que o Estado Novo chegou ao fim; o então presidente da República era Gaspar Dutra. Esteve nesse cargo até 1951 e participou da Comissão de Constituição e Justiça do Senado e da Comissão Especial de Inquérito sobre a Indústria Têxtil.
Em 17 de dezembro de 1951, Vergniaud Wanderley foi nomeado ministro do então Tribunal de Contas, tomando posse dois dias depois, em 19 de dezembro. Foi o relator das contas do presidente da República do ano de 1953.
Exerceu o cargo de vice-presidente do TC de 17 de maio de 1955 a 1956 e nos anos de 1960 e 1961. Pela sua competência, chegou ao posto de presidente da instituição no ano de 1957 e nos de 1962 e 1964.
Enquanto ministro, representou a Corte de Contas: no III Congresso Internacional das Instituições Superiores de Controle das Finanças Públicas no Rio de Janeiro em 1959; no V Congresso Internacional das Instituições Superiores de Controle das Finanças Públicas em Jerusalém, Israel, no ano de 1965; no VIII Congresso Internacional das Instituições Superiores de Controle das Finanças Públicas em Madri, Espanha, em 1974.
Recebeu diversas condecorações devido aos anos de brilhante serviço prestado ao Estado brasileiro. Dentre as principais estão: Medalha Rui Barbosa, Medalha Souza Aguiar, Medalha Marechal Hermes, Medalha Dom João VI.
Foi contemplado como membro da Ordem do Mérito Aeronáutico no grau de grande oficial, membro da Ordem do Mérito Naval também como grande oficial e Membro da Ordem do Mérito Jurídico Militar.
Faleceu em 20 de novembro de 1986 no Rio de Janeiro, aos 81 anos. Foi casado com Maria Thereza Saraiva Wanderley.