De onde surgiu o coLAB-i?
O biênio de 2015-2016 foi marcado por um grande estímulo à inovação no Tribunal de Contas da União. Entre as diversas estratégias para fomentar uma nova forma de atuação do órgão estava a criação do coLAB-i. Naquele momento, laboratórios de inovação ainda eram raridade no Brasil e até mesmo no mundo.
Existem diversas estratégias para estimular a inovação nas instituições, e a criação de laboratórios é uma que se difundiu bastante nos últimos anos. E mesmo para se criar um laboratório, existem estratégias diferentes. Às vezes, o time de inovadores surge de um movimento de base, normalmente de pessoas que estão aflitas e que observam que o status quo as está impedindo de entregar os melhores resultados. As pessoas se organizam e apresentam a seus gestores a proposta de se dedicarem a esse desafio.
Outras vezes, a estrutura de inovação nasce a partir do patrocínio da alta gestão. Este foi o caso do TCU. Tivemos um forte patrocínio do Presidente do Tribunal à época, o que muito nos auxiliou a conseguir espaço e recursos, e também nos trouxe grandes expectativas e responsabilidades.
Diretoria da Escola do TCU
Para garantir a criação do coLAB-i, aproveitamos uma revisão do Plano Estratégico do TCU e inserimos uma iniciativa de criar uma diretoria chamada Centro de Pesquisa e Inovação dentro do Instituto Serzedello Corrêa (ISC) – Escola do TCU. A diretoria ficou então responsável pela criação do coLAB-i, que está em funcionamento desde fevereiro de 2015.
Ciclos
Podemos dividir a forma de atuação em ciclos.
1º Ciclo – 2015 a 2018
Em 2015, quando criamos o laboratório, nosso maior foco era o de transformar a casa em um ambiente que abraça a inovação para gerar melhores resultados. Todo nosso esforço foi direcionado a trazer ferramentas e abordagens para empoderar os servidores e colaboradores do TCU a criar soluções inovadoras.
Com base na abordagem de Simon Sinek, construímos nosso Golden Circle para comunicar o que fazemos, como fazemos e por que o fazemos, sempre iniciando por este último. O que fazíamos: pesquisa, comunicação, networking, capacitação, desafios, design, Centro de Altos Estudos.
2º Ciclo – 2019 e 2020
Durante os anos de 2017 e 2018, observamos que, apesar de nosso esforço em fomentar a inovação no TCU, os órgãos da administração pública ainda têm muito receio de inovar e de serem responsabilizados pelos órgãos de controle, em especial pelo TCU, por algum fracasso ao longo da construção de soluções inovadoras. Por isso, decidimos pivotar a missão do coLAB-i. Hoje existimos para espalhar a inovação não apenas no Tribunal, mas em toda a administração pública.
A maneira que encontramos para atingir este objetivo foi buscar no setor público grandes desafios, para que, dentro do coLAB-i, possamos prototipar soluções, colocando ao redor de uma mesma mesa tanto gestores públicos quanto auditores.
Assim, revisitamos nosso Golden Circle e mudamos nossa forma de atuação. O que fazíamos: Protótipos de soluções para desafios reais do setor público.
3º Ciclo – A partir de 2021
Em 2021 o Golden Circle foi novamente realizado. Entendemos que o coLAB-i precisava diversificar suas metodologias de atuação e revisamos "o que fazemos", concluindo que nossa maior contribuição não estava em gerar protótipos de soluções. Acreditamos que nossa identidade está em representarmos um órgão de controle e, por isso, devemos gerar soluções e conhecimentos replicáveis, que inspirem os gestores públicos a se sentirem mais seguros para inovar.
Participação do LabWorks 2015
Em julho de 2015, participamos do evento LabWorks onde a rede de laboratórios e equipes que impulsionam a inovação de serviços públicos em todo o mundo se encontrou para buscar inspiração e aprendizado com as experiências uns dos outros e para desenhar o futuro da inovação pública. O evento foi promovido pelo Nesta, laboratório de inovação inglês em parceria com vários outros. Lá tivemos também a oportunidade de participar de sessões de mentoria juntamente com outros 15 (quinze) laboratórios.
Nossa participação no evento foi custeada pela Bloomberg, e representou um divisor de águas para o coLAB-i. Tivemos a oportunidade de compreender melhor o papel de um laboratório e as formas com que poderíamos contribuir para o fomento da inovação no setor público.
Taxonomia dos laboratórios de inovação
Quando estivemos no laboratório Nesta, em 2015, conhecemos a taxonomia das tecnologias e abordagens que os laboratórios devem dominar de acordo com sua missão. Foi reconfortante descobrir que existem diversos tipos de laboratórios de inovação, e que se distribuem em 4 grandes classes:
Região da Tecnologia: Alguns laboratórios desenvolvem novas ferramentas, infraestrutura, sistemas e plataformas baseadas em novas tecnologias.
Região da Solução: Outros são hábeis em traduzir insights em soluções, reunindo recursos, dados e pessoas para fazer a inovação acontecer.
Região da Inteligência: Alguns laboratórios criam entendimentos sobre dados cada vez mais abundantes no mundo.
Região do Talento: Outros são especialistas no desenvolvimento de habilidades e competências, mobilizando pessoas para que as mudanças aconteçam.
Quando criamos o coLAB-i, ele era um misto de espaço de talento e espaço de criação. Fomos criados na escola do TCU, e nos primeiros anos promovemos diversos programas de capacitação para empoderar os servidores do TCU a inovar. Também atuamos como especialistas em metodologias inovadoras, promovendo-as em projetos de responsabilidade de outras equipes do Tribunal,.
Com nova proposta de atuação desde 2019, o coLAB-i tem sido um espaço de criação.