O Tribunal de Contas da União (TCU) homenageou o ministro emérito José Mucio Monteiro nesta quinta-feira (9/6). A solenidade de aposição da sua fotografia na Galeria de Presidentes reuniu autoridades na sede da Corte de Contas para celebrar a trajetória de Mucio, que ingressou no Tribunal em 2009 e foi presidente da Casa de 2019 a 2020. A cerimônia foi prorrogada em quase um ano devido à pandemia.

A presidente do TCU, ministra Ana Arraes, realizou a abertura da cerimônia e destacou a convivência que tiveram por quase 10 anos no Tribunal. “Sua presença de espírito, inteligência e simpatia enriqueceram cada um dos momentos que partilhamos. Hoje, a aposição de sua foto na galeria simboliza sua trajetória exitosa neste Tribunal, uma estrela a abrilhantar nossa história”, afirmou.

Em seu discurso, o ministro emérito ressaltou a boa convivência que teve com ministros e procuradores do Tribunal, além de todo o corpo funcional, entre servidores, terceirizados e comissionados. “Quero dizer que a convivência com vocês foi um grande e permanente aprendizado. Alguns me ensinaram com palavras, outros com gestos, com atitudes e até com os silêncios”, disse.

Mucio observou que sucedeu dois ministros nordestinos, Aroldo Cedraz e Raimundo Carneiro, e que tanto sua sucessora, a presidente Ana Arraes, quanto os próximos ministros que vão ocupar a presidência do TCU, Bruno Dantas e Vital do Rêgo, são naturais da região Nordeste. Em seguida, destacou que a Corte de Contas deve contribuir de forma efetiva para a redução da desigualdade social no Brasil.

“Espero que este Tribunal continue trabalhando para diminuir as diferenças tão profundas que fizeram desse país uma nação injusta, com tantos excluídos. Cada um tem que fazer a sua parte. Não podemos ser cúmplices dessa omissão histórica que vem lá da abolição. O gesto político da abolição da escravatura não teve sequência porque os escravos foram abandonados e são seus sucessores que vivem pelas ruas abandonados”. O ministro emérito também ressaltou dados como 12 milhões de desempregados e 33 milhões de pessoas abaixo da linha na pobreza.

Ao destacar que seu último ato oficial na Corte de Contas foi a aposição da fotografia, refletiu sobre o significado dos retratos. “O melhor álbum de retrato que podemos ter são as nossas lembranças impressas na nossa memória e que nunca vamos esquecer. Essas lembranças não empoeiram, não mudam de cor, não desbotam, e podem ser revisitadas permanentemente porque se tornam companheiras inseparáveis, é nossa permanente galeria de fotos. Trago de todos vocês maravilhosas lembranças, sou grato, e de tão boas tenho a certeza de que não vão desbotar, não ficarão amarelas, porque as coisas que tenho na memória não só as guardo como sei de cor”, concluiu.

Presenças – Além da presidente Ana Arraes, a solenidade foi prestigiada pelas seguintes autoridades: o deputado federal Fernando Monteiro de Albuquerque; o vice-presidente do TCU, ministro Bruno Dantas; os ministros do TCU Jorge Oliveira e Antonio Anastasia; e os ministros-substitutos Augusto Sherman e Weder de Oliveira.

Também estiveram presentes a procuradora-geral do Ministério Público junto ao TCU, Cristina Machado da Costa e Silva, o subprocurador-geral do MPTCU, Paulo Soares Bugarin; o ministro emérito José Jorge de Vasconcelos Lima; o ministro substituto emérito do TCU Lincoln Magalhães da Rocha; e o subprocurador-geral emérito do TCU, Sebastião Baptista Affonso.

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