Grupo executivo do ClimateScanner se reúne em Foz do Iguaçu, no Paraná, na semana que vem

ClimateScanner é a ferramenta desenvolvida pelo TCU para monitorar e combater as mudanças climáticas em nível global. Encontro será nos dias 17 e 18 de julho e servirá de apresentação da versão 1.0 da plataforma

Por EVELYNNE PEDRA GUBERT

O grupo executivo do ClimateScanner, ferramenta desenvolvida pelo TCU para monitorar e combater as mudanças climáticas em nível global, se reunirá em Foz do Iguaçu (PR) nos dias 17 e 18 de julho. O encontro contará com a participação das instituições superiores de controle (ISC) envolvidas no tema, bem como das ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara. Durante o evento, será apresentada a versão 1.0 da ferramenta e será lançada uma pesquisa global sobre o ClimateScanner.

A programação englobará a troca de experiências em auditorias climáticas, governança e financiamento relacionado ao clima, além de oportunidades de capacitação e mapeamento de riscos. Também estão previstas apresentações de trabalhos realizados pelas ISC do Canadá, Emirados Árabes Unidos, Paraguai, Estados Unidos, Marrocos e Índia. O evento ocorrerá exclusivamente em formato presencial, com debates conduzidos em inglês e tradução simultânea para o português. Não está prevista a transmissão online.

SOBRE O CLIMATESCANNER

O ClimateScanner está sendo desenvolvido por um grupo executivo composto por 18 instituições de controle de várias partes do mundo, sob a liderança do Tribunal de Contas da União (TCU) e com o apoio de especialistas internacionais.

A ferramenta possibilitará que as instituições superiores de controle (ISC) avaliem as ações governamentais relacionadas às mudanças climáticas e consolidem os resultados em um panorama global abrangente. A avaliação está estruturada em três eixos: governança, financiamento e políticas públicas. A plataforma web do ClimateScanner está sendo desenvolvida ao longo de 2023 e estará pronta para consulta a partir de 2024.

FASES DO PROJETO

2022 – Lançamento oficial

A Iniciativa ClimateScanner foi lançada no âmbito global em novembro de 2022, durante o XXIV Congresso Internacional das Instituições Superiores de Controle (Incosai), no Rio de Janeiro.

O congresso reuniu representantes dos mais de 190 países-membros que compõem a Organização Internacional de Instituições Superiores de Controle (Intosai). Nos próximos três anos, a entidade será liderada pelo Brasil e terá no comando o ministro Bruno Dantas, presidente do TCU. Uma das prioridades é garantir o cumprimento da agenda 2030 da ONU, com metas para o desenvolvimento sustentável.

2023 - Desenvolvimento

Em 2023, a ferramenta ClimateScanner está sendo desenhada e testada por um Grupo Executivo composto por ISC de diversas regiões do planeta:

  • Brasil
  • Canadá
  • Chile
  • Colômbia
  • Emirados Árabes Unidos
  • Eslováquia
  • Estados Unidos
  • Filipinas
  • Finlândia
  • Índia
  • Indonésia
  • Maldivas
  • Marrocos
  • Nova Zelândia
  • Quênia
  • Reino Unido
  • Tailândia
  • Tribunal de Contas Europeu.

2024 - Execução

Em 2024, as ISC de todo o mundo serão convidadas a aplicarem a ferramenta nos contextos nacionais dos respectivos países. Ao final do ano, serão divulgados os resultados em nível global.

POR QUE MUDANÇAS CLIMÁTICAS?

Porque o tema tem relevância internacional, com responsabilidades e impactos que afetam todo o planeta, e a Intosai e as ISC podem contribuir com trabalhos de fiscalização.

No último dia 7 de julho, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou que as mudanças climáticas estão fora de controle. Ele afirmou que, se continuarmos adiando medidas cruciais para proteger o meio ambiente, o planeta vai chegar a um ponto catastrófico.

A declaração foi dada justamente na semana em que o planeta bateu vários recordes de calor. A quinta-feira, 6 de julho, foi o dia mais quente já registrado na terra. A temperatura média global bateu 17,23°C.

A Universidade Brown, nos Estados Unidos – que tem um programa de estudos do clima –, reforçou em estudos que o calor não vem sozinho. Além de matar ecossistemas, ele coloca espécies em risco de extinção. Alguns dos exemplos recentes do descontrole climático são: intensificação dos incêndios florestais no Canadá, cuja fumaça chegou até a cidade de Nova York e fez com a qualidade do ar ficasse entre as piores do mundo, as chuvas torrenciais na Índia, as secas intensas e tempestades catastróficas no Brasil que aumentam o êxodo e deixam milhares de desabrigados.