A semana de comemorações pelos 130 anos de instalação do Tribunal de Contas da União (TCU) marcou também a inauguração da escultura “Jangada Brasil”, de autoria do artista franco-brasileiro Jaildo Marinho. A obra de arte urbana foi produzida para celebrar a realização da Assembleia Internacional das Instituições Superiores de Controle (Incosai) no Brasil, em novembro de 2022, e apresentada durante o encontro, no Rio de Janeiro. Posteriormente, foi doada ao Tribunal e agora está instalada no jardim do Instituto Serzedello Corrêa (ISC), a escola superior do TCU.

A cerimônia de inauguração, realizada na terça-feira (14/2), reuniu autoridades do Judiciário e do Executivo, servidores, gestores e ministros do TCU. Na ocasião, os convidados puderam conhecer também a mostra do acervo institucional e histórico do Museu do TCU, com conjuntos históricos que remontam a características de antigos ambientes de trabalho do Tribunal. Também houve uma apresentação do Quarteto de Cordas e Clave de Fab, da Força Aérea Brasileira.

“A jangada pode ser interpretada como um símbolo de resiliência e de adaptação. Embora seja uma embarcação singela, é capaz de suportar o peso e as adversidades do mar e pode ser modificada e ajustada de acordo com as necessidades dos usuários. Assim como uma jangada que conduz os pescadores por mares desconhecidos, desejamos que essa obra seja um lembrete da importância de navegarmos com bravura em busca da melhoria da vida de cada cidadão brasileiro”, disse o presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, na abertura da solenidade.

Sobre a escultura, o ministro espera “que sirva também para que não nos esqueçamos da importância de estarmos sempre em movimento, ajustando os caminhos e nos reconstruindo ao enfrentarmos as tempestades em nossa trajetória”. Para Dantas, “a escultura, feita de mármore, material nobre e sólido, simboliza a solidez desta Corte de Contas como relevante instituição democrática do país”.

A Jangada Brasil

A obra reúne elementos que remetem à cultura brasileira, como as cores verde, amarelo e azul, a utilização de mármore nacional e da madeira pequi, além da inspiração na jangada, uma criação indígena. A escultura retoma um capítulo histórico: em 1941, quatro pescadores cearenses partiram de Fortaleza em uma jangada. Ao longo de 61 dias, percorreram 2.700 quilômetros até o Rio de Janeiro para reivindicar direitos trabalhistas ao governo da época. Na ocasião, foram recebidos pelo então ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema, que viria a se tornar ministro do TCU em 1959.

“O sonho de uma vida melhor era o que queriam os jangadeiros cearenses. Em meio a todo o calor que fazia na época e que podemos sentir agora, Manoel Jacaré e os companheiros Tatá, Jerônimo e Manuel Preto subiram na jangada São Pedro rumo ao Rio de Janeiro. Queriam pedir que os pescadores fossem incluídos na reforma trabalhista do governo. Uma aventura em busca da ventura, trabalhadores num exercício de dignidade. É o mesmo espírito de trabalho, de seriedade, de honra que move o TCU há 130 anos, e que me moveu ao realizar esta obra de arte que agora se inaugura”, pontuou o artista Jaildo Marinho.

Participações

Entre as autoridades presentes estavam os ministros do TCU Vital do Rêgo, vice-presidente e corregedor do Tribunal, Walton Alencar Rodrigues, Benjamin Zymler e Augusto Nardes, o ministro-substituto do TCU Marcos Bemquerer, a procuradora-geral do Ministério Público junto ao TCU (MPTCU), Cristina Machado da Costa e Silva, o procurador do MPTCU Rodrigo Medeiros de Lima, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Douglas Alencar, a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Isabel Gallotti, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, a secretária-executiva do Ministério da Educação (MEC), Izolda Cela, e o superintendente-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Barreto.

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