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Imprensa

Seminário no TCU debate parceria do setor público de saúde com terceiro setor

Gestores, autoridades e especialistas se reuniram para discutir boas práticas em contratos com entidades como as Organizações Sociais de Saúde. O presidente do TCU, ministro Raimundo Carreiro, e o ministro Augusto Nardes participaram
Por Secom TCU
27/08/2018

Gestores, autoridades e especialistas da área de saúde se reuniram na última semana (22 e 23), no auditório Ministro Pereira Lira do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília (DF), para participar do seminário “Boas práticas na gestão da parceria com o terceiro setor na saúde”. Promovido pelo Tribunal em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e com o Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross), o encontro teve por objetivo disseminar boas práticas de governança e gestão para a formatação, celebração, execução, acompanhamento e controle de contratos com entidades do terceiro setor, a exemplo das Organizações Sociais de Saúde (OSS).

“Temos, aqui, pessoas especializadas na área, que se dedicam e vivem essa realidade no seu dia a dia. É preciso prestigiar o terceiro setor como um braço do setor público, como uma possibilidade de melhoria da saúde no Brasil”, afirmou, na abertura do encontro, o presidente do TCU, ministro Raimundo Carreiro. “Esse seminário vem exatamente nessa linha: daqui sairão propostas muito consistentes para melhorar a saúde no País”, acrescentou.

Para o secretário-geral de Controle Externo do TCU (Segecex), Claudio Castello Branco, a parceria do TCU com gestores e organizações sociais é “fundamental para a promoção da ética, da integridade e dos bons resultados”.

O presidente Carreiro ressaltou, ainda, a importância da temática para a Corte de Contas, que possui uma unidade própria e especializada na área: a Secretaria de Controle Externo da Saúde (SecexSaúde), cujo titular, Marcelo Chaves, participou da cerimônia de abertura e, ao longo do evento, fez apresentações sobre a atuação do Tribunal.

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Por fim, o ministro-presidente informou aos participantes a aprovação, por unanimidade, na sessão plenária do último dia 15, da realização de auditoria para analisar a regularidade dos repasses nas transferências fundo a fundo para a saúde, sob a perspectiva das quatro diretrizes: combate à fraude e à corrupção; avaliação da eficiência e da qualidade dos serviços públicos; avaliação de resultados de políticas e programas públicos; promoção da transparência da administração pública federal.

A mesa de abertura também contou com a presença do ministro do TCU Augusto Nardes, do secretário-executivo do Ministério da Saúde, Adeilson Cavalcante, do presidente do Ibross, Railson Rehen, do vice-presidente do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), Charles Cezar Tocantins, e do presidente do Conass, Leonardo Vilela.

Reforço ao SUS

Em sua fala, o secretário-executivo do Ministério da Saúde destacou a dimensão do sistema público de saúde brasileiro, considerado o maior do mundo. Segundo ele, somente em Unidades Básica de Saúde (UBS), são mais de 43 mil para atender aos 5.570 municípios do País. “Nós precisamos de ações como essa para resgatar o Sistema Único de Saúde, que é tão grande e, na sua complexidade, tão bom e eficiente. Não podemos abrir mão desse sistema construído pela sociedade brasileira”, disse Cavalcante. “Nós, gestores, temos em comum com os órgãos de controle, o compromisso de utilizar sempre boas práticas. Esse é o nosso desafio”, destacou.

Na mesma direção, o presidente do Ibross, Railson Rehen, defendeu o bom uso do modelo de parcerias entre o setor público e o terceiro setor. “Às vezes, há muita dificuldade do gestor público em celebrar um contrato, e isso faz com que surjam problemas. O modelo de OSS é importante, mas não é uma panaceia e nem algo que possa ser implementado simplesmente. É preciso haver planejamento e compreensão para que se possa ter um bom uso do modelo”, ponderou.  “Esse seminário reflete, justamente, esse objetivo: aperfeiçoar o modelo e garantir o seu uso adequado. Nosso principal objetivo é contribuir para um SUS mais forte, que garanta acesso e qualidade a todos”.

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Na avaliação do vice-presidente do Cosems, o terceiro setor é uma alternativa viável, ainda mais em tempos de escassez de recursos. “Nós, gestores municipais e estaduais, vivemos momentos difíceis, de aperto exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal e de queda de receitas, o que nos dificulta ainda mais o pagamento de pessoal. O terceiro setor é uma opção ao aperfeiçoamento da gestão e dos serviços”, observou Charles Tocantins. “Muitos órgãos de controle externo apontam que municípios com contratos com o terceiro setor têm dificuldades no próprio contrato, na fiscalização e no controle. Esse seminário vai indicar caminhos e propostas para aperfeiçoarmos esse processo”.

Por sua vez, o presidente do Conass, Leonardo Vilela, destacou as diferenças de entendimento em relação ao modelo de gestão compartilhada na área da saúde. “Embora o Brasil tenha mais de 20 anos de experiência com OSS, muitas vezes, os próprios órgãos de controle e o poder Judiciário têm posições díspares em relação a isso, bem como o Ministério Público. Isso faz com que o modelo tenha dificuldade em avançar. O excesso de regramentos em torno da questão também é um empecilho para o aperfeiçoamento. Esses são temas que nos preocupam. É claro que ninguém é contra o controle, mas temos que ter, sobretudo, muito bom senso, para seja realmente um controle efetivo e não um impeditivo a uma boa gestão”, afirmou.

Segundo ele, estudos demonstram ser possível ter ganhos entre 20% e 30% de eficiência de gestão utilizando o modelo de Organizações Sociais de Saúde. “Isso é essencial em um momento de crise econômica, escassez de recursos e demanda crescente. O TCU tem sido uma referência para todos nós, com suas posições equilibradas e sensatas e com as parcerias no sentido de esclarecer e orientar, como hoje nesse seminário”.

Aula magna

A aula magna foi proferida pelo ministro Augusto Nardes, que iniciou sua fala ressaltando a situação precária em diversos segmentos da área da saúde no Brasil. “O desafio é muito grande, organizar a saúde no País, diante do acúmulo de pessoas sofrendo com atendimentos precários. Os brasileiros estão morrendo sem a dignidade mínima de tratamento”, declarou.

O ministro citou uma auditoria feita pela Corte de Contas em 115 hospitais, para avaliar as políticas de governança. “Do total analisado, 77% não tinha treinamento de pessoal e 80% não tinha os equipamentos necessários para fazer os exames, eram sucateados”, informou.

Na avaliação de Nardes, o sistema de saúde atual “não está dando certo”. “Essa é uma questão que deve ser debatida no Brasil”, reiterou o ministro, ao acrescentar que a melhoria da governança é um legado que o TCU pode deixar para o País.

 

 

Seminário Boas Práticas na Gestão de Parceria com o Terceiro Setor na Saúde

 

 

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