Auditoria em editais de obras rodoviárias resulta em economia de R$ 264 milhões
Auditoria do Fiscobras 2025 analisou 10 editais de licitação e resultou em economia de R$ 264 milhões aos cofres públicos. Fiscalização contou com apoio de Inteligência Artificial desenvolvida pelo TCU.
Por Secom
Resumo
- Auditoria do Fiscobras 2025 analisou 10 editais de obras rodoviárias para avaliar a conformidade dos orçamentos
- Após o exame, o TCU identificou quantitativos superestimados, BDI aplicado incorretamente e preços até 10 vezes acima do mercado
- Em razão dos apontamentos, o DNIT corrigiu as inconsistências identificadas
- A fiscalização resultou em economia de R$ 264 milhões aos cofres públicos
O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou inconformidades em orçamentos de obras rodoviárias e evitou desperdício de R$ 264 milhões aos cofres públicos, após as correções feitas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). O processo, relatado pelo ministro Benjamin Zymler, integra o Fiscobras 2025 e analisou 10 editais de licitação, que somam mais de R$ 3,1 bilhões em recursos públicos.
A auditoria utilizou o Sistema de Análise de Orçamentos (SAO) - ferramenta desenvolvida pelo próprio TCU com apoio de inteligência artificial - para verificar os orçamentos de obras entre agosto de 2024 e julho de 2025. O sistema comparou automaticamente os preços e quantitativos das planilhas com os referenciais oficiais (Sicro e Sinapi), permitindo detectar erros e sobrepreços.
Entre os problemas identificados, destacam-se superestimativas de quantitativos e diferenças de até dez vezes entre preços de referência e valores de mercado. "A Inteligência Artificial ajudou a identificar erros básicos como um bueiro de 60 centímetros de diâmetro registrado como se tivesse 60 metros, inflando em R$ 8 milhões um dos orçamentos analisados", comentou durante a sessão o relator do processo, ministro Benjamin Zymler.
Para o ministro, o caso mostra como a tecnologia está aprimorando o controle de gastos públicos. "O SAO vem se consolidando como um dos mais importantes instrumentos tecnológicos desta Casa. Ele permite detectar inconsistências e evitar contratações com sobrepreço ou superfaturamento. Essa atuação preventiva gerou economia da ordem de R$ 260 milhões", afirmou o relator.
Desdobramentos
O DNIT já corrigiu as inconsistências apontadas, revisando quantitativos e critérios de precificação. Nesse contexto, o acórdão aprovado pelo Plenário do TCU dá ciência à autarquia sobre as conclusões, além de recomendar ao DNIT que reforce seus controles internos, com revisão por pares e dupla checagem dos orçamentos
O presidente do TCU, ministro Vital do Rêgo, elogiou o trabalho e o benefício direto aos cofres públicos proporcionados pela fiscalização. "Destaco o uso da inteligência artificial e a postura colaborativa do DNIT, que, ao receber os indícios de irregularidade, adotou prontamente medidas corretivas, revisando orçamentos e ajustando quantitativos."
SERVIÇO
Leia a íntegra da decisão: Acórdão 2306/2025-Plenário
Processo: TC 026.066/2024-6
Sessão: 8/10/2025
Secom - MP/va
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