Encontro discute futuro da auditoria pública e inovação no controle
Seminário internacional reuniu especialistas do Brasil e do exterior para discutir dados, tecnologia e cidadania
Por Secom
O Tribunal de Contas da União (TCU) e o Instituto Serzedello Corrêa (ISC) realizaram, nos dias 21 e 22 de outubro, o Seminário Internacional "O Futuro da Auditoria Pública: Dados, Inovação e Cidadania". O evento reuniu especialistas, gestores e acadêmicos do Brasil e do exterior para discutir as tendências que moldarão a auditoria pública e sua relação com a cidadania.
Em sua primeira edição, o seminário promoveu exposições teóricas e apresentações práticas sobre quatro temas centrais: Auditoria Pública Centrada no Cidadão; Competências e Habilidades do Auditor do Futuro; Abordagens Inovadoras na Auditoria do Setor Público: Casos e Lições Aprendidas; e Inteligência Artificial e Transformação Digital na Auditoria Pública.
Durante o encontro, foram apresentados 73 trabalhos selecionados pela comissão julgadora, sendo 27 em formato de palestras e 46 em pôsteres. As apresentações destacaram soluções e experiências inovadoras de controle, com contribuições de especialistas nacionais e internacionais.
A abertura do evento contou com a presença do presidente do TCU, ministro Vital do Rêgo, que destacou o compromisso da Corte com a inovação e a aproximação com a sociedade. "Os cidadãos esperam de nós não apenas a identificação de irregularidades, mas também a capacidade de prevenir problemas, propor soluções e assegurar o uso ético e eficiente dos recursos públicos", afirmou.
Vital do Rêgo também apresentou a plataforma e-Controle, considerada marco no processo de transformação digital do TCU. A ferramenta integra dados, inteligência artificial e auditorias simultâneas, ampliando a precisão e o impacto das fiscalizações. "Mais que uma tecnologia, o e-Controle é ponte para o futuro, aproximando o Tribunal do cidadão e reforçando a transparência como valor central do controle público", destacou.
A abertura também contou com discursos do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho; do presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), conselheiro Edilson de Sousa Silva; e do presidente de Ensino, Pesquisa e Extensão do Instituto Rui Barbosa (IRB), conselheiro Sebastião Ramos de Castro.
O ministro Vinícius Marques de Carvalho enfatizou a parceria entre TCU e CGU em iniciativas de transparência, acordos de leniência e auditorias participativas. "A integração entre as instituições é essencial para fortalecer o controle e otimizar recursos. Precisamos continuar ouvindo o cidadão e levando escuta para onde as políticas públicas acontecem", disse.
O conselheiro Edilson de Souza Silva, da Atricon, reforçou o compromisso dos tribunais de contas com auditorias centradas no cidadão e pautadas pela ética e inovação. "Cidadania como norte, gente preparada e inovação responsável, porque, no setor público, tecnologia é meio e confiança é fim", afirmou.
Já Sebastião de Castro, representando o Instituto Rui Barbosa, trouxe metáfora sobre a evolução da auditoria pública. "No passado, éramos cães de caça; depois, cães de guarda. Hoje, somos cães-guia, atuando de forma preventiva e colaborativa, ajudando o gestor a decidir com base em evidências", disse.
Palestra Auditoria Pública Centrada no Cidadão
Durante o evento, foi apresentada a palestra "Auditoria Pública Centrada no Cidadão: O Controle Social como Aliado do Controle Governamental Externo - A Experiência Peruana". A exposição foi realizada por Nelson Shack, economista com mestrado em Gestão e Políticas Públicas, ex-controlador-geral da República do Peru e ex-presidente da Organização Latino-Americana e do Caribe das Instituições Superiores de Controle (OLACEFS).
Nelson é reconhecido por sua experiência internacional em auditoria pública e por implementar programas de participação cidadã em processos de controle no Peru. Durante sua palestra, compartilhou experiências e reflexões sobre como colocar o cidadão no centro da auditoria, defendendo que o controle social deve ser um aliado do controle governamental. "Poucas vezes na história a auditoria e o controle estiveram em tempos de grande transformação como agora", destacou.
O economista também ressaltou a importância do seminário e o momento de mudanças no setor de fiscalização. Ele enfatizou que pensar no cidadão como cliente principal do controle externo exige mais do que ajustes nos relatórios tradicionais: "Ter uma auditoria centrada no cidadão é entender que, assim como em uma empresa privada, o cliente fundamental é o cidadão". Para ele, isso implica criar novos produtos, mecanismos e processos que permitam uma resposta ágil e efetiva às demandas da população.
SERVIÇO
Secom - JB/pc
Atendimento à imprensa - e-mail: imprensa@tcu.gov.br
Atendimento ao cidadão - e-mail: ouvidoria@tcu.gov.br