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Falhas na gestão de suprimentos do UNFPA podem afetar populações vulneráveis

Conselho de Auditores da ONU aponta ausência de planejamento e gestão de riscos na unidade que distribui insumos de saúde reprodutiva e assistência humanitária para 140 países

Por Secom

Auditoria conduzida pelo Conselho de Auditores da ONU apontou fragilidades na governança e na gestão de riscos da Unidade de Cadeia de Suprimentos (SCMU - Supply Chain Management Unit), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Responsável por coordenar o planejamento e a entrega de insumos essenciais, a unidade movimentou, entre 2023 e 2024, mais de US$ 500 milhões em suprimentos destinados a 140 países. Os insumos mais comuns são kits obstétricos e neonatais, materiais para planejamento familiar e produtos de higiene menstrual e de dignidade.

Durante a auditoria, verificou-se a inexistência de planos formais, objetivos definidos e métricas para acompanhar o desempenho. Apesar da elaboração de um documento preliminar, a unidade ainda não havia incorporado a política corporativa aprovada em 2022. Constatou-se também a falta de um processo consistente de gestão de riscos: o mapeamento da cadeia de suprimentos permanecia incompleto e parte das normas internas já não refletia a realidade operacional.

As falhas foram atribuídas ao processo de reestruturação iniciado em 2022 e concluído apenas em outubro de 2024, período em que a formação da equipe e a nomeação de lideranças ocorreram de forma gradual.

O Conselho de Auditores recomendou ao UNFPA que formalize um marco de planejamento integrado para todas as equipes, desenvolva um modelo específico de gestão de riscos alinhado à política corporativa e conclua o mapeamento dos processos e ferramentas da SCMU.

Segundo o relatório, a implementação das medidas é fundamental para fortalecer a eficiência e a confiabilidade das operações, garantindo que populações vulneráveis continuem recebendo, de forma ágil e segura, insumos de saúde reprodutiva e assistência humanitária em situações de crise.

Por que isso é importante?

O trabalho da Unidade de Cadeia de Suprimentos (SCMU) é vital para o cumprimento do mandato do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), que é promover a saúde sexual e os direitos reprodutivos em mais de 150 países. Em 2024, por exemplo, mais de 10 milhões de pessoas acessaram serviços de saúde reprodutiva em contextos apoiados pelo UNFPA e mais de 3,6 milhões foram atendidas com ações de proteção contra violência baseada em gênero em 59 países afetados por crises.

Entre os países atendidos estão Afeganistão, Síria, Iêmen, Sudão, Haiti e Ucrânia, contextos em que guerras, crises humanitárias e desastres naturais aumentam a vulnerabilidade de milhões de pessoas, especialmente mulheres e crianças.

Com um orçamento que superou US$ 1,6 bilhão em 2024, o Fundo é a principal agência das Nações Unidas dedicada à população e ao desenvolvimento. Melhorar a governança e a gestão de riscos da SCMU significa potencializar ainda mais o impacto positivo da organização, garantindo que cada recurso seja utilizado da melhor forma possível.

Conselho de Auditores da ONU

Em julho de 2024, o Brasil, representado pelo TCU, assumiu mandato no Conselho de Auditores da Organização das Nações Unidas (ONU). Ao lado das instituições superiores de controle (ISC) da França e da China, a Corte de Contas brasileira realiza auditoria externa das finanças do organismo internacional, de seus fundos, programas e missões de paz. O trabalho também inclui a emissão de recomendações para aprimorar a governança e a gestão dos recursos.

Além do Unicef, o Brasil audita os seguintes organismos da ONU: Entidade das Nações Unidas para Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Instituto das Nações Unidas para Formação e Pesquisa (Unitar), Universidade das Nações Unidas (UNU), Fundo de Pensão Conjunto dos Funcionários das Nações Unidas (UNJSPF), Escritório das Nações Unidas em Viena (UNOV), Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Mecanismo Internacional Residual para Tribunais Penais (IRMCT) e missões de paz no Líbano (UNIFIL), em Chipre (UNFICYP) e no Kosovo (UNMIK).

Leia também: Tribunal apresenta resultados de auditoria ao Comitê Consultivo de Supervisão do UNFPA

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