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Homenagem ao ministro emérito Carlos Átila Álvares da Silva
O Tribunal de Contas da União (TCU) lamenta o falecimento do ministro emérito do TCU Carlos Átila Álvares da Silva, ocorrido na noite de quinta-feira (11/7), aos 81 anos, em Brasília (DF). O ministro sentiu-se mal durante o almoço e chegou a ser encaminhado em estado grave para o Hospital de Base de Brasília, mas não resistiu, vindo a falecer.
Mineiro, de Nova Lima, Carlos Átila foi indicado para o cargo de ministro da Corte de Contas em 1985, pelo então presidente da República João Batista Figueiredo. Em seu discurso de posse, em 12 de março de 1985, valeu-se do contexto de reabertura democrática para ressaltar o caráter democrático inerente ao bom uso dos recursos públicos: “Se, como já foi dito, a democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo, nossa missão consiste em trabalhar para auxiliar os representantes do povo, em sua ação vigilante para que o dinheiro do povo seja administrado em exclusivo benefício do povo”.
No biênio em que presidiu a Corte de Contas (1992-1993), o ministro Carlos Átila empreendeu significativos avanços na qualificação do corpo técnico, sobretudo, em relação a procedimentos de seleção e capacitação de servidores. O Instituto Serzedello Corrêa (ISC) foi inspiração do ministro. Em 1992, durante a sua gestão na Presidência, foi publicada a Lei Orgânica do TCU, que previu a criação de um instituto responsável pela realização periódica de concursos públicos e cursos de formação; pela organização e administração de cursos de treinamento e de aperfeiçoamento para os servidores do TCU; entre outras atribuições.
Desde o princípio de sua atuação no TCU, demonstrou preocupações com a modernização do Tribunal, interessando-se especialmente pela área da tecnologia da informação, a qual enxergava como ferramenta estratégica para o crescimento e fortalecimento da Casa. Sua gestão foi marcada pela elaboração de um Plano de Direito em Informática, lançado em 1993. O instrumento fortaleceu a área de maneira inédita, permitindo a sua consolidação nos anos posteriores.
O ministro Carlos Átila se aposentou do TCU em 17 de dezembro de 1998. Nos anos seguintes, trabalhou como advogado em Brasília e tornou-se produtor de cachaça.
Trajetória
Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), concluiu o curso em 1961, mesmo ano em que terminou o curso de preparação para a carreira de diplomata pelo Instituto Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Como diplomata, incorporou-se à assessoria técnica da Presidência da República, tendo atuado na primeira reunião da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) e no comitê executivo e administrativo da assembleia geral da Aliança dos Produtores de Cacau (RJ). Foi, ainda, coordenador do seminário da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), que contou com a participação de peritos governamentais em política comercial.
Entre 1964-1965, foi assessor da Divisão de Política Comercial, da Divisão de Atos Internacionais e da Divisão de Produtos de Base. Em seguida, assumiu a chefia do setor econômico da embaixada do Brasil em Buenos Aires (Argentina), onde permaneceu até 1968. Em 1975, foi nomeado chefe da Divisão de Pessoal no MRE, responsabilizando-se pela coordenação do curso de prática diplomática e consular no respeitado Instituto Rio Branco. Dois anos depois, foi alçado ao posto de conselheiro do MRE e, no ano seguinte, tornou-se assessor adjunto da assessoria especial de relações públicas da Presidência da República.
Em 1981, foi nomeado secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República, no governo do presidente João Batista Figueiredo, de quem se tornou porta-voz. Ao assumir a função, o ministro Carlos Átila acabou se tornando uma figura pública, em razão da presença constante nos meios de comunicação.
Discurso do ministro Carlos Átila durante a inauguração da nova sede do Instituto Serzedello Corrêa (ISC), em novembro de 2016:
Depoimento do ministro Carlos Átila ao projeto Memória Viva, coordenado pelo Centro Cultural do TCU: