Rede Integrar debate análise de dados em fiscalizações do setor público

Durante o último Encontro Técnico da Rede Integrar, realizado na primeira quinzena de junho na cidade de Maceió (AL), a auditora do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) Luciana Canaã palestrou sobre análise de dados no setor público.

Entre outros pontos, ela falou sobre rastros digitais e dados públicos. “Nós geramos rastros digitais a toda hora, todos os dias. As fotos que tiramos, por exemplo, são georreferenciadas, o que gera rastro digital. Quando falamos do setor público como corporação, estamos falando do maior gerador de dados que existe. É preciso uma abordagem proativa porque são ativos extremamente valiosos e estratégicos”, explicou.

Segundo a palestrante, a análise de dados ajuda a detectar indícios de irregularidades, aprimorar a abrangência do controle, aumentar a sensação de controle pelos órgãos competentes, identificar tendências e riscos das fiscalizações e apoiar a tomada de decisão por parte das equipes de auditoria.

“A análise de dados é como uma pirâmide. Na base estão todos os dados misturados, desorganizados, que logo se transformam em informação, em conhecimento e em sabedoria que, em seu último nível, apoia a tomada de decisão”, observou a auditora.

Sistema ajuda a entender os gastos públicos

Explorando as boas práticas, Luciana apresentou sistema desenvolvido pelo TCE-MG que recebe e organiza notas fiscais provenientes de gastos públicos. Suricato é o nome dado a Unidade de Informações Estratégicas do TCE-MG que faz uso da tecnologia como forma de aprimoramento do trabalho.  

A unidade desenvolveu o sistema Classificador de Jurisdicionados (CAJU), que recebe notas fiscais provenientes de gastos públicos e, com isso, permite ao Tribunal entender melhor e rastrear os gastos aplicados em ações públicas. “É no gasto que entendemos como as políticas públicas estão sendo executadas. As notas fiscais são mais um ativo que temos para fazer auditoria”, finalizou a auditora.

Rede Integrar

A Rede Integrar é um grupo colaborativo formado pelos tribunais de contas do Brasil, por meio de acordo de cooperação técnica entre Instituto Rui Barbosa (IRB), Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), TCU e tribunais de contas aderentes. O objetivo é estabelecer cooperação técnica para fiscalização e aperfeiçoamento do ciclo de implementação de políticas públicas descentralizadas no Brasil.

O principal benefício é o compartilhamento de metodologias, dados, experiências e tecnologias, o que confere novo olhar sobre as temáticas e desenvolve soluções mais abrangentes, possíveis de serem replicadas em outras regiões.

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