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TCU inicia semana de debates sobre pobreza, em parceria com Universidade de Oxford

Atividades marcam o avanço da iniciativa do Tribunal para desenvolver metodologia própria de medição da pobreza

Por Secom

O Tribunal de Contas da União (TCU) iniciou, nesta segunda-feira (14/7), uma série de atividades dedicadas ao aprofundamento da compreensão sobre a pobreza e suas múltiplas dimensões. A palestra de abertura foi conduzida pela diretora-executiva do Oxford Poverty and Human Development Initiative (em português, Iniciativa de Oxford sobre Pobreza e Desenvolvimento Humano - OPHI), Corinne Mitchell, organização da Universidade de Oxford que é referência mundial no tema. O evento marca o início da semana de debates sobre o assunto e integra os esforços do TCU para construir uma metodologia que permita relacionar, de forma mais precisa, gastos públicos com a evolução da pobreza no Brasil.

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Durante a abertura, o presidente do TCU, ministro Vital do Rêgo, destacou a importância do encontro e da parceria com a Universidade de Oxford. “Estamos nos preparando para mostrar ao mundo que o combate à pobreza precisa ser feito com ciência, mas também com humanidade. A análise multidimensional da pobreza dialoga com outros objetivos estratégicos do TCU. Somos referência mundial em fiscalização e inovação, como demonstramos com o ClimateScanner, e, agora, nos orgulhamos de estar à frente também dessa agenda urgente”, afirmou.

A palestra de Corinne Mitchell, intitulada “Por que pobreza multidimensional?”, abordou como a pobreza vai além da ausência de renda e envolve privações em várias dimensões da vida, como saúde, educação, saneamento, nutrição, segurança e liberdade. Ela destacou que, desde 1985, aumentou significativamente a disponibilidade de dados sobre domicílios, renda e gastos, e que, com os avanços tecnológicos, essas informações podem ser processadas em tempo real para embasar políticas públicas mais eficazes.

Corinne reforçou que a simples existência de dinheiro em circulação não garante melhorias na vida da população se os recursos não forem aplicados em benefícios coletivos. “Existem lugares em que há remessas de dinheiro de familiares do exterior, mas faltam investimentos em escolas, saúde e infraestrutura básica. Nessas regiões, mesmo famílias com renda superior à média permanecem privadas de direitos essenciais”, explicou. Um exemplo citado foi o de uma comunidade em Bangladesh onde muitos moradores trabalham no Reino Unido e enviam dinheiro aos parentes. Apesar dos recursos, essas famílias continuam a viver em contextos de extrema vulnerabilidade.  

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A palestra também citou dados do projeto “Voices of the Poor”, do Banco Mundial, com relatos de pessoas em situação de pobreza em diferentes países. “Tenho medo de que matem meu filho por algo tão irrelevante como um lanche”, alega uma brasileira. Os depoimentos ilustram como as privações são vividas em contextos diversos e atingem dimensões subjetivas e estruturais da vida.

Ainda segundo Corinne Mitchell, a própria Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões como o maior desafio global e requisito fundamental para o desenvolvimento sustentável.

Além da palestra, a programação da semana inclui debates, oficinas e painéis com especialistas nacionais e internacionais. A iniciativa faz parte do esforço do TCU para desenvolver uma metodologia própria de avaliação da pobreza no Brasil, articulando evidências qualitativas e quantitativas para o acompanhamento de políticas públicas. A programação completa está disponível aqui.

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