Tribunal analisa fiscalizações sobre temas escolhidos pela população
As cinco auditorias escolhidas pela população em enquete realizada no Portal Cidadão foram realizadas neste ano. Tribunal abriu nova consulta para mais fiscalizações prioritárias à sociedade
Por Secom

O Tribunal de Contas da União (TCU) analisou, na sessão desta quarta-feira (19/11), os cinco processos apontados como prioritários pela sociedade em consulta realizada pelo órgão. A votação que selecionou os temas das fiscalizações julgadas hoje foi feita no Portal do Cidadão e recebeu mais de 3.300 votos, além de 407 relatos qualitativos, o que consolidou a iniciativa como marco na estratégia institucional de participação cidadã do Tribunal.
A enquete para seleção foi lançada em 23 de abril e ficou aberta até o dia 30 de junho deste ano. A consulta contemplou 27 problemas distintos, organizados em 15 áreas temáticas. As cinco questões que mais receberam votos foram: obras de saúde paralisadas (256 votos), imóveis públicos ociosos (243), fila do INSS para perícia médica (215), mudanças climáticas (211) e rodovias federais em mau estado (202).
"Esta é uma iniciativa inédita, realizada no início deste ano, quando o TCU se abriu para ouvir a população sobre temas que gostariam que fossem fiscalizados. Foram mais de 10 mil acessos para definição dos temas. E hoje chegam ao plenário para prestação de contas ao público que confiou neste Tribunal", destacou o presidente do TCU, ministro Vital do Rêgo, ao abrir a sessão.
A sessão foi acompanhada no plenário por algumas das pessoas que participaram da seleção. "Essas pessoas estão aqui hoje para conhecer os resultados dos trabalhos que participaram e escolheram como prioritários. Agradeço a presença e a confiança de vocês no TCU", disse o ministro.
Nova consulta à sociedade
Após a apresentação do vídeo institucional sobre a campanha que explicou a escolha dos cinco processos apreciados nesta quarta, o ministro anunciou oficialmente o lançamento da nova consulta para seleção de mais cinco fiscalizações consideradas relevantes pela população.
"Começamos hoje a nova consulta ao cidadão e à cidadã, com o nome "Você escolhe, o TCU fiscaliza". Ela ficará aberta até o dia 1º de fevereiro de 2026, e os cinco temas mais votados serão transformados em novas auditorias que entrarão nos planos operacionais em março", explicou o presidente do TCU.
A nova consulta apresenta cinco grandes eixos:
- Assistência a populações vulneráveis.
- Energia e conectividade.
- Infraestrutura e logística.
- Segurança pública e defesa.
- Serviços públicos essenciais.
A votação será realizada mais uma vez no Portal Cidadão e pode ser acessada neste link.
Confira os processos que foram julgados na sessão desta quarta:
Obras de Saúde Paralisadas - TC 017.990/2025-4
Relator: Ministro Jhonatan de Jesus
O TCU fiscalizou a situação do Pacto Nacional pela Retomada das Obras de Saúde, com foco nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), para saber se estão de fato funcionando com estrutura adequada e pessoal suficiente para atender a população. O Tribunal encontrou inconsistências nos sistemas de registro de acompanhamento e riscos de informações imprecisas. Por isso, foi recomendado que o Ministério da Saúde corrija os problemas de registros, aperfeiçoe o Sistema de Monitoramento de Obras, crie mecanismos de controle e verificações de informações enviadas por municípios e estimule o controle social.
Mudanças Climáticas: Prevenção de Desastres Naturais no Brasil (2021-2024) - TC 008.979/2024-3
Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
O TCU avaliou ações de prevenção e redução dos efeitos negativos de desastres realizadas de 2012 a 2024, em cumprimento à Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC). A auditoria identificou que há falta de coordenação entre órgãos, pouca estrutura para identificar áreas de risco, falta de acompanhamento e transparência, escolha de obras sem critérios uniformes, muitas obras paradas ou atrasadas e baixo impacto nas tragédias do Rio Grande do Sul. Por isso, o TCU fez determinações e recomendações ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e ao Ministério das Cidades (MCid) para adotarem medidas que resolvam os problemas, como fortalecimento da Secretaria Nacional de Defesa Civil, estruturação de sistemas de informação sobre mapeamento de riscos e obras preventivas, entre outros.
Auditoria na Fila do INSS: Avaliação da Concessão de Auxílios por Incapacidade pelo Atestmed - TC 007.857/2025-0
Relator: Ministro Jorge Oliveira
O TCU avaliou o Atestmed, processo criado pelo Ministério da Previdência Social (MPS) para conceder benefícios por incapacidade pela análise de atestados on-line, sem a necessidade de perícia presencial. A fiscalização identificou filas menores e respostas mais rápidas, dependência do bônus aos peritos para a celeridade nas respostas, existência de desperdício da força de trabalho dos peritos, risco de fraudes e aumento da despesa com benefícios por incapacidade temporária. Com isso, o Tribunal determinou ao MPS, INSS e Dataprev a adoção de medidas que reduzam os riscos de pagamentos indevidos, entre outras ações para assegurar a eficiência, rapidez e segurança do serviço.
Imóveis Ociosos: Programa Imóvel da Gente - TC 008.376/2025-5
Relator: Ministro Aroldo Cedraz
O TCU analisou se o Programa Imóvel da Gente está destinando corretamente os imóveis da União para atender políticas públicas como habitação, regularização fundiária e serviços sociais. A equipe de fiscalização identificou falta de coordenação e governança, baixa padronização dos processos, indicadores imprecisos, fragilidades na transparência, sistema de informação defasados e necessidade de fortalecer a participação cidadã. Sendo assim, o TCU recomendou que a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) revisem o modelo de governança, padronizem processos de destinação dos imóveis, justifiquem o processo de seleção de interessados, entre outras decisões.
Rodovias em Mau Estado: Obras na BR-230/PB (Campina Grande - Farinha) - TC 008.440/2025-5
Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
O TCU verificou a adequação do orçamento disponível e do cronograma vigente, a regularidade do licenciamento ambiental, a qualidade do projeto, a regularidade das alterações de contrato e o nível de planejamento da obra. Na auditoria, o Tribunal identificou superfaturamento nos serviços de execução do pavimento rígido, atraso nas obras, problemas no licenciamento ambiental, deficiências no projeto executivo e fragilidades no planejamento. Com as conclusões, o TCU decidiu dar conhecimento ao Departamento Nacional de Infraestrutura em Transporte (Dnit) sobre as irregularidades encontradas para que providências sejam tomadas.
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