Unidades do TCU apresentam trabalhos com foco em desenvolvimento regional
Durante reunião, Tribunal reafirma compromisso com auditorias que tenham impacto na transformação de realidades locais
Por Secom
Diversas unidades do TCU estiveram reunidas, sob condução da Secretaria-Geral de Controle Externo (Segecex), para apresentação de projetos prioritários para a gestão 2025/2026. No encontro, os auditores mostraram trabalhos que têm uma visão regionalizada, que impactam de forma direta mais de um ente ou região do país.
Na abertura do encontro, a titular da Segecex, auditora Juliana Pontes, afirmou que, ao compartilhar as informações das ações em desenvolvimento com o viés da regionalização, o TCU incentiva que o controle externo seja feito com olhar mais voltado para a transformação de realidades locais.
“O grande objetivo é que, além de apresentar, a gente consiga perceber quando existe uma visão regional. Quando a gente se importa com isso, a gente constrói muitas oportunidades e muitos resultados”, disse a secretária.
Foram apresentados 13 projetos liderados por diferentes unidades do Tribunal. As iniciativas abordaram temáticas que impactam diretamente a rotina do cidadão, como educação, assistência social, inclusão digital e proteção da pessoa idosa.
Veja resumo de alguns trabalhos apresentados:
A secretaria do TCU responsável por fiscalizações que envolvem desenvolvimento sustentável apresentou o 1º Ciclo de Acompanhamento do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. São ações de controle específicas que visam ao aumento do retorno social e melhor foco das políticas públicas de alfabetização.
De acordo com dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), o número de crianças alfabetizadas fora da idade correta aumentou em mais de 20% durante a pandemia, chegando a 60% de não-alfabetizados na idade adequada no período pós-Covid 19. Hoje, o índice é de 51%.
Segundo apontam as fiscalizações da área, o atraso nesse aspecto tem um custo elevado para o país, como pessoas com menor renda e menor probabilidade de conseguir um emprego formal, perfil que se perpetua por gerações. O trabalho regionalizado permite, por exemplo, ter dados mais precisos em relação a gênero, raça e idade, o que permite formular políticas públicas específicas.
Na vertente de segurança de barragens, auditorias realizadas por unidades do Tribunal mostraram resultado de fiscalização que apurou a participação das populações interessadas na elaboração de planos emergenciais em situações de risco de rompimento de barragens.
O trabalho avaliou a presença ativa da população afetada no treinamento e simulações de segurança, fundamentada na transparência e participação cidadã. Ao final, foi constatado que existe uma baixa presença da população na elaboração, implementação e operacionalização dos planos, o que resulta em identificação falha das especificidades e necessidades locais. Também foram identificadas possibilidades de possíveis melhorias da estrutura de atendimento da defesa civil dos estados.
Ainda no viés de atendimento social, a unidade do TCU que atua em previdência, assistência e trabalho detalhou auditoria operacional sobre as condicionalidades do Programa Bolsa Família. O objetivo é verificar se houve descumprimento da Lei 13.257/2016, o Marco da Primeira Infância, referente à não coleta de dados sobre frequência escolar, vacinas, assiduidade no pré-natal, dados nutricionais e outros pontos relevantes para a concessão do benefício.
A auditoria reuniu informações de maio de 2023 a maio de 2025. Foi possível evidenciar, entre outros aspectos, a evolução histórica e a distribuição geográfica dos locais de apuração das condicionantes, o que se transformou em um mapa das causas do não-cumprimento.
No âmbito da solução consensual, a Secretaria de Controle Externo de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos (SecexConsenso) compartilhou o acordo firmado para a concessão do Aeroporto Internacional de Guarulhos, que criou, também, o Programa de Investimentos Privados em Aeroportos Regionais (Pipar).
O modelo proposto incentiva investimentos privados na infraestrutura aeroportuária regional via subsídio cruzado, no qual o valor cobrado por determinado produto ou serviço é utilizado para arcar com os custos de outro produto ou serviço ofertado. As vantagens são aliviar o ônus financeiro sobre o governo e garantir melhorias às condições operacionais dos aeroportos regionais.
Na primeira rodada do Pipar, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR) pretende priorizar áreas de importância estratégica na Amazônia Legal, como os aeroportos de São Gabriel da Cachoeira (SBUA) e de Eirunepé (SWEI), e, na Região Nordeste, o Aeroporto de Guanambi (SNGI), na Bahia.
Já a secretaria do TCU que atua em projetos de infraestrutura acompanhou o trabalho de recuperação aeroportuária no Rio Grande do Sul após as enchentes de 2024. Na ocasião, 87% do estado foi atingido, o que representa proporção de uma a cada cinco pessoas impactadas. O TCU atuou na avaliação da regularidade dos recursos, medidas de reparação e operações emergenciais realizadas de junho a dezembro.
Medida cautelar possibilitou caixa para custear a quase totalidade das obras (85% até o último relatório), no valor de R$ 425 milhões, que correspondem a 92% dos investimentos já realizados. Ao contrário das demais auditorias, essa não teve o objetivo de apontar achados, mas de atuar na integração dos órgãos.
Como forma de acompanhar a mudança no paradigma das contratações nas três esferas federativas, as unidades do Tribunal especializadas na fiscalização de contratações e transferências de recursos da União elaboraram um Índice de Maturidade da Lei de Licitações (Imil). O trabalho consiste em utilizar indicadores para medir o grau de maturação dos entes para aplicação da Lei e mapear eventuais dificuldades enfrentadas ao longo de 2023 e 2024.
O resultado apurado foi que a aplicação da Lei de Licitações é insuficiente em 61% dos estados e municípios. A partir do diagnóstico, 18 tribunais de contas do país vão desenvolver, por meio da Rede Integrar, uma série de medidas para tentar modificar o cenário. As ações incluirão avaliação de governança, capacitação para termos contratações mais eficientes, íntegras e sustentáveis conduzidas pelos órgãos governamentais locais.
Vale observar, por fim, que a Segecex/TCU realiza, regularmente, reuniões para debater, dar visibilidade e disseminar boas práticas sobre assuntos das áreas de atuação de suas unidades e ações de controle externo alinhadas às diretrizes do atual plano de gestão. O objetivo é promover melhorias na atuação do controle externo e maior alinhamento das entregas com foco na transformação da vida do cidadão.
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