Catálogo celebra 135 anos de história e reforça a preservação da memória do TCU
Evento reuniu especialistas para discutir a trajetória do Tribunal, a preservação do patrimônio e o papel da memória institucional na democracia
Por Secom

O lançamento do catálogo da exposição "TCU em Dois Tempos: 135 anos de história" reuniu servidores, pesquisadores, historiadores e convidados em torno do papel da memória institucional do Tribunal de Contas da União (TCU) para a democracia e para o controle externo.

O evento, aberto ao público, foi realizado nesta quarta-feira (26/11), no Instituto Serzedello Corrêa (ISC). Além das palestras, contou ainda com visita mediada pelo Programa Educativo do Centro Cultural TCU à exposição.
Na abertura, a diretora-geral do ISC, Ana Cristina Novaes, destacou que o catálogo é um desdobramento da mostra e fortalece o compromisso da Casa com a preservação de sua trajetória.

"Essa publicação reafirma o nosso compromisso com a preservação e a difusão da memória institucional do TCU. Mais do que recuperar o passado, "TCU em dois tempos" mostra um Tribunal que evolui, se reinventa e entende a memória institucional como fundamento de atuação pública responsável, transparente e comprometida com o interesse público", afirmou Ana Cristina.
A exposição revisita a história do Tribunal desde sua criação, em 1890, no Rio de Janeiro, até os dias de atuais em Brasília, com foco na modernização administrativa e na incorporação de tecnologias digitais de controle.
Controle externo e direito à memória

Em seguida, o servidor Thiago Izzo Storch apresentou a palestra "Museologia e controle externo: o papel do TCU na garantia do direito à memória". Ele aproximou o título da exposição da própria trajetória do controle externo. "Historicamente, o Tribunal se dedicou muito à avaliação de conformidades, muitas vezes numa perspectiva formalista. Com a Constituição de 1988, abriu-se um novo tempo, focado também na eficiência e na efetividade das políticas e ações governamentais", comentou.
Storch destacou que essa evolução se reflete na missão atual da Casa, de aperfeiçoar a administração pública por meio do controle externo em benefício da sociedade. "Esse final está em priorização dentro do Tribunal", contou ele.
Ao tratar da cultura e do patrimônio, lembrou a criação, em 2019, de diretoria específica para cultura e esporte, bem como ações do TCU junto à Biblioteca Nacional, à Cinemateca Brasileira, ao Iphan, aos museus federais e à futura parceria com o Ibram, todas voltadas à proteção de acervos e instituições de memória.
"O objetivo de todas essas ações é garantir que a memória dos nossos grupos e instituições não vai se perder. A gente não quer mais incêndio destruindo os nossos acervos. Chega disso", afirmou.
Ele concluiu projetando um "terceiro tempo" para o TCU. "Quem sabe, em um futuro não tão distante, a gente possa falar em um TCU em três tempos: o TCU no Rio de Janeiro, o TCU em Brasília e um terceiro tempo em que o Tribunal contribua ainda mais para que o poder público entregue à sociedade serviços públicos - entre eles o direito à memória - com eficiência e qualidade", refletiu.
Da reserva técnica à sociedade: memória como narrativa pública
Fechando a programação, a historiadora Carolina Kuk apresentou a palestra "Memória institucional: como transformar acervos em narrativas públicas", conectando a experiência do Museu do TCU a práticas de outras instituições. Ela definiu memória institucional como "a capacidade de uma instituição zelar pela sua história e pelo conhecimento construído e acumulado ao longo da sua trajetória".

Carolina reforçou que documento histórico é tudo o que ajuda a contar a história de uma instituição - de manuscritos e fotografias a áudios, vídeos, objetos, mobiliário, vestimentas, embalagens e documentos nascidos digitais. Destacou, ainda, que não basta acumular acervos sem gestão.
"Não adianta juntar documentação histórica e colocar tudo em uma salinha desorganizada. Depois, as informações viram agulhas em infinitos palheiros", opinou. Ela organizou os projetos de memória em duas grandes frentes:
- organização de acervos (selecionar, higienizar, catalogar, acondicionar, restaurar e digitalizar);
- extroversão de acervos, por meio de exposições, publicações, ações educativas, produtos e conteúdos que coloquem a documentação em contato com diferentes públicos.
Segundo a historiadora, a memória institucional cumpre quatro funções principais: reforçar identidade e reputação, servir como ferramenta de gestão e conhecimento, atuar como instrumento de relacionamento e garantir responsabilidade histórica e social. Ao final, ela lembrou que as instituições são parte estruturante da vida contemporânea.
"A nossa sociedade é uma sociedade de organizações. Se as organizações não cuidam da sua história, parte da sociedade contemporânea se perde com elas", comentou.
O catálogo da exposição "TCU em Dois Tempos: 135 anos de história" está disponível aos interessados que podem retirá-lo no Centro Cultural TCU, em Brasília.
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