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Democratizar acesso à arte é tema central em lançamento de catálogos no CCTCU

Evento, no dia 13 de setembro, reuniu curadores, pesquisadores e gestores culturais para discutir parcerias institucionais e legado do modernismo brasileiro

Por Secom

cenas brasileiras - centro cultura tcu




Montar uma exposição envolve muito mais do que apresentar obras de arte em uma galeria. Do trabalho de pesquisa à democratização do acesso à arte, o caminho para se concretizar uma mostra requer, por exemplo, a consolidação de parcerias institucionais que viabilizam a circulação de acervos e permitem a construção de narrativas para além do que já foi dito sobre aqueles trabalhos.

Essas questões, somadas a uma discussão sobre o papel das instituições culturais na sociedade contemporânea, guiaram duas rodas de conversa realizadas no último sábado (13/9) no Centro Cultural TCU (CCTCU), em Brasília (DF).

A programação contou ainda com o lançamento dos catálogos das exposições "Entre Linhas e Formas: a arte e o design no Brasil" e "Cenas Brasileiras: o modernismo brasileiro em perspectiva", além da apresentação musical do grupo brasiliense Choro Delas e de uma oficina de pintura comandada pelo programa educativo do Centro Cultural.


Unir forças para democratizar a arte

Com mediação do pesquisador e historiador da arte Rodrigo Ferreira, o primeiro bate-papo da tarde contou com a participação do chefe do Museu da Câmara dos Deputados, Marcelo Sá; da diretora do Museu Nacional da República, Fran Favero; e da curadora e produtora do CCTCU, Carolina Dias.

A união desses gestores e a participação de colecionadores particulares de obras de arte permitiram que o Centro Cultural TCU realizasse a exposição "Entre Linhas e Formas: a arte e o design no Brasil", que ficou em cartaz entre outubro de 2024 e janeiro de 2025. O projeto mostrou como o modernismo brasileiro foi da pintura ao mobiliário, ganhando o cotidiano das pessoas, a partir do trabalho de 26 artistas visuais e 18 peças de designers de renome nacional e internacional.


expositores - cctcu


Para o chefe do Museu da Câmara dos Deputados, Marcelo Sá, ao viabilizar que o público tomasse conhecimento dessas peças, a mostra contribuiu para o que ele chama de educação patrimonial. "O que a gente busca é despertar um olhar diferenciado que é o afeto para, a partir daí, sempre preservar esse patrimônio com o auxílio da sociedade", afirmou. "E, para você despertar o afeto nas pessoas, elas têm que conhecer", acrescentou Marcelo Sá.

Na avaliação da diretora do Museu Nacional da República, Fran Favero, quando uma instituição como o Museu Nacional da República faz um empréstimo de obras de arte, ela sempre ganha um retorno que reforça sua missão na construção da cidadania e do acesso à arte. "A parceria permite a democratização do acesso às obras e sua circulação, respeitando as regras e normas museológicas. O acervo, assim, é visto, encontra novos públicos e, simultaneamente, segue sendo salvaguardado, já que a circulação é feita de maneira adequada e segura", comentou Fran Favero.

O debate sobre a construção de outras narrativas a partir de novos olhares para os trabalhos também ressoou na segunda roda de conversa. Ela reuniu o curador das exposições do CCTCU William Ribeiro; o curador das exposições e assistente de produção do CCTCU Rodrigo Ferreira; a professora do Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília (UNB) Maria do Carmo Couto; e a diretora do Museu de Valores do Banco Central do Brasil (Bacen), Karla Valente.

Um olhar para o povo

"A exposição "Cenas Brasileiras: o modernismo brasileiro em perspectiva" permite muitos voos", declarou a professora de Artes Visuais da UNB Maria do Carmo. Ela explicou que o modernismo é um movimento que, naturalmente, atrai bastante público. "Ele é mais claro em suas representações, o desenho é mais simplificado, os artistas trazem temas do Brasil, além das reinterpretações de temas clássicos", descreveu a acadêmica.

Em uma cidade na qual muitos acervos de instituições culturais são formados por obras modernistas, Maria do Carmo destacou a importância de a população conhecer e entender esses artistas. "É um repertório que vai se construindo para, assim, perceber as possibilidades da arte e como os artistas usam a criatividade para trabalhar diferentes temas e formas", afirmou a professora.

Dentro da mostra, em exibição até 5 de outubro no Centro Cultural TCU, 55 obras fazem parte do acervo do Banco Central. Para a diretora do Museu de Valores do Bacen, Karla Valente, neste momento em que o museu da instituição está fechado e se reestruturando, parcerias como a realizada com o CCTCU são fundamentais. "Não é só ter o acervo, preservá-lo e guardá-lo em um cofre ou reserva técnica, é colocar à disposição da sociedade para que as pessoas possam sentir a arte. O acervo não é do Bacen, é do povo brasileiro", comentou a diretora.

Curador e colecionador de arte, Cláudio Pereira aproveitou a ocasião para doar uma obra ao CCTCU. Ele, que acompanha as atividades do centro desde a inauguração, afirmou que a iniciativa é uma forma de contribuir e colaborar nessa parceria, que ele espera que frutifique e estimule outras ações similares. "É uma ação voltada para o público e, principalmente, para as novas gerações, de modo a construir um olhar para perpetuar, valorizar e proteger esse patrimônio que é de todos nós", disse Cláudio Pereira.

Modernistas no Centro Cultural TCU

Com 55 obras de 14 artistas brasileiros e internacionais, incluindo quadros de Candido Portinari e Tarsila do Amaral, a exposição "Cenas Brasileiras: o modernismo brasileiro em perspectiva" fica aberta ao público até 5 de outubro.

De segunda a domingo, das 9h às 18h, com entrada gratuita e classificação indicativa livre, a mostra já reuniu mais de 10 mil visitantes.

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Secom - AM/pc

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