Niemeyer: uma conversa entre a arte e a arquitetura
A vertente artística do arquiteto é o pano de fundo da exposição em cartaz no Instituto Serzedello Corrêa (ISC), a escola superior do TCU, só até 9 de junho, com visitação gratuita, de terça a sábado, das 9h às 19h. Visite!
Por Secom
“A arquitetura deve aproximar as pessoas das obras de arte”. A frase de Oscar Niemeyer aplicada em uma das paredes do Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, no Instituto Serzedello Corrêa (ISC), a escola superior do Tribunal de Contas da União (TCU), pode ser a síntese da exposição “Oscar Niemeyer – Territórios da Criação”, inaugurada na última terça-feira (17) e que estará em cartaz até 9 de junho, com entrada franca.
Uma mostra que “representa um merecido presente cultural para a capital federal”, declarou o presidente do TCU, ministro Raimundo Carreiro, que abriu a exposição, ao referir-se à comemoração, no dia 21 deste mês, do 58º aniversário de Brasília (DF).
O ministro-presidente também ressaltou a importância do trabalho cultural e educacional da Corte de Contas. “Aliadas às ações educacionais conduzidas pelo Instituto Serzedello Corrêa, as exposições do Espaço Cultural Marcantonio Vilaça e do Museu Ministro Guido Mondin constituem relevantes e permanentes instrumentos de diálogo entre o Tribunal e a sociedade”, explicou.
Para Raimundo Carreiro, esse conjunto de ações “mostra a importância que o TCU dedica à educação e à cultura, na qualidade de transmissor de todo um patrimônio de conhecimento, de competências, de valores e de símbolos essenciais ao pleno exercício da cidadania”, asseverou.
A presença dos alunos das faculdades de Ciências Humanas e Exatas do Sertão de São Francisco, de Ciências Humanas do Sertão Central e de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina, todas do Estado de Pernambuco, também foi mencionada e enfatizada pelo presidente do Tribunal.
Estavam presentes na cerimônia os curadores da exposição, Marcus Lontra e Max Perlingeiro, e a viúva do arquiteto, Vera Niemeyer. Compareceram, ainda, o ministro decano do TCU Walton Alencar Rodrigues, o ministro-substituto emérito do Tribunal Lincoln Magalhães da Rocha, o secretário-geral da Presidência (Segepres), Rainerio Rodrigues Leite, o diretor-geral do ISC, Maurício Wanderley, e o presidente do conselho curador do Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, Ricardo Ohtake, além de outros membros do conselho e autoridades.
Experiências visuais
“Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu País, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar...”. Niemeyer não somente fez de suas criações arquitetônicas verdadeiras obras de arte, como também sempre incluía obras de arte nos prédios projetados por ele.
De acordo com o curador Marcus Lontra, “ao compreender que ‘a beleza também é uma função’, o arquiteto definia a integração das artes como fator fundamental para provocar a surpresa e o encantamento que somente as verdadeiras obras de arte conseguem provocar”. E o objetivo da exposição “é exatamente mostrar essa intrínseca relação entre arquiteto e artista, entre arte propriamente dita e arquitetura, que pode ser apenas outra vertente de um mesmo universo de traços, formas, volumes, tintas”, complementou.
Quem comparecer ao ISC poderá ver exatamente essa integração, que está presente em vários desenhos do arquiteto e em obras de alguns dos artistas, “mestres da arte moderna”, que com frequência colaboraram com Oscar Niemeyer nessa conversa poética de formas e estilos: Tomie Ohtake, Alfredo Volpi, Cândido Portinari, Joaquim Tenreiro, Franz Weissmann...
Também se encontra por ali projeto de Athos Bulcão para painel em azulejo e a obra “Anjo”, do escultor Alfredo Ceschiatti, um modelo em bronze para a Catedral de Brasília, de 1969. A exposição é complementada por um vasto material documental, em especial referente à revista “Módulo”, publicação criada por Niemeyer que atingiu a expressiva marca de uma centena de edições.
Nos textos, pelas paredes, nas palavras do artista-arquiteto, fácil sentir essa intersecção de funcionalidades, a arquitetônica e a artística, a natureza criativa de Niemeyer existente desde a sua infância: “Eu tinha 5, 7 anos, e ficava desenhando com o dedo no ar. Minha mãe perguntava: ‘– Menino, o que você está fazendo?’. Estou desenhando. (...) Eu faço uma escultura, eu desenho no ar”.
Serviço:
Oscar Niemeyer – Territórios da Criação
Local: Espaço Cultural Marcantonio Vilaça - Instituto Serzedello Corrêa
Endereço: Setor de Clubes Esportivos Sul, trecho 3, polo 8, lote 3, Brasília (DF)
Visitação: até 9 de junho de 2018, de terça-feira a sábado, das 9h às 19h
Visitação: Entrada franca
Programa educativo: agendamentos podem ser feitos pelo telefone 3316-5221