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Países detalham iniciativas de combate à fome e à pobreza
O segundo painel da Cúpula do SAI20 nesta segunda-feira (17/9) abordou a pobreza multidimensional no contexto das mudanças climáticas. Abrindo o debate, a diretora da Iniciativa de Oxford sobre Pobreza e Desenvolvimento Humano (OPHI), Sabina Alkire, detalhou as aplicações dos índices nacional e global de pobreza multidimensional (MPI, do inglês “Multidimensional Poverty Indices”).
O MPI é desenhado para medir a pobreza de forma abrangente, considerando múltiplas dimensões além da renda, como educação, saúde e padrões de vida. O MPI é flexível, permitindo a adaptação às especificidades de cada contexto para capturar diferentes aspectos da pobreza. O índice é utilizado para mensurar a pobreza por meio de uma análise das diversas privações que essas pessoas enfrentam.
A ferramenta serve também como indicador principal de pobreza, fornecendo dados detalhados que podem ser utilizados para o planejamento de políticas públicas, mostrando não só a prevalência da pobreza em nível nacional, mas também como ela se distribui por diferentes regiões, grupos sociais e de acordo com cada indicador específico de privação. Essa mensuração alinha-se ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas de erradicar a pobreza em todas as suas formas.
Em sua apresentação, a professora explorou como as mudanças climáticas intensificam a pobreza existente e criam novos desafios, sugerindo a inclusão de privações induzidas pelo clima nas medidas de pobreza. Para ela, a integração de variáveis climáticas nos MPI permite que os governos identifiquem vulnerabilidades de forma mais eficaz, melhorando a coordenação de políticas públicas e a adaptação de estratégias. De acordo com o indicador, pessoas que sofrem privações em pelo menos 33% das dimensões avaliadas (nutrição adequada, acesso a energia elétrica e água potável e tempo de escolaridade, por exemplo) são pobres.
“As instituições superiores de controle desempenham importante papel ao avaliar políticas públicas e garantir que os recursos aplicados no combate à pobreza e às mudanças climáticas sejam utilizados com efetividade e transparência. A visão da instituição de controle brasileira de usar as ISC para olhar para a fome e a pobreza é histórica e o potencial que o SAI20 tem de fazer a diferença na vida das pessoas é real e tangível”, observou Sabina.
Os dados de pobreza multidimensional coletados nos países que aplicam o MPI são utilizados como estatísticas oficiais e reportados ao indicador 1.2.2 dos ODS: “Até 2030, reduzir pelo menos à metade a proporção de homens, mulheres e crianças, de todas as idades, que vivem na pobreza, em todas as suas dimensões, de acordo com as definições nacionais”.
Sabina pontuou que à medida que iniciativas de combate à fome e à pobreza são implementadas, e as privações que as pessoas sofrem diminuem, a pobreza também diminui. “É uma relação direta”, explicou.
Participações
O painel contou, ainda, com as apresentações do representante da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) Xavier Mancero, da diretora de Tecnologias Sociais da ONG Gerando Falcões, Nina Rentel, da auditora-geral da África do Sul, Tsakani Maluleke, e do diretor do Instituto E+ Transição Energética, Philipp Hauser.
A programação completa da tarde do primeiro dia da Cúpula do SAI20 está disponível aqui.
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