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Tribunal de Contas da União acompanha dívida pública federal

TCU verificou que indicadores da dívida pública da União de 2023 estão dentro dos limites do Plano Anual de Financiamento

Por Secom

RESUMO

  • O Tribunal de Contas da União (TCU) realizou o acompanhamento anual da dívida pública federal referente ao ano de 2023.
  • “Embora os indicadores da dívida estejam dentro dos limites, há discrepância entre a realidade atual e os objetivos de longo prazo”, ponderou o ministro Vital do Rêgo.
  • Os cenários projetados para a Dívida Bruta do Governo Geral até 2027 não destoam significativamente das expectativas de mercado e dos instrumentos de planejamento.
  • Já o déficit do Regime Geral da Previdência Social deve crescer dos 2,59% do PIB em 2023 para 4,29% em 2050, indicando futuros desafios fiscais para essas despesas.

O Tribunal de Contas da União (TCU) analisou, sob a relatoria do ministro Vital do Rêgo, o acompanhamento permanente da dívida pública federal relativo ao exercício de 2023. As conclusões serão encaminhadas à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional.

“Embora os indicadores da dívida pública de 2023 estejam dentro dos limites do Plano Anual de Financiamento, existe discrepância entre a realidade atual e os objetivos de longo prazo, especialmente na gestão da dívida flutuante, no percentual de título pré-fixados e no prazo médio de vencimento da dívida, evidenciando desafios para equilibrar custos e riscos associados a diferentes tipos de títulos para composição da dívida pública federal”, observou o ministro Vital do Rêgo, relator do processo no Tribunal.

Os cenários projetados para a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) até 2027, elaborados e apresentados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) no Relatório de Projeções Fiscais (RPF) 2023 – 2º semestre, não destoam significativamente da dívida que seria esperada diante do conjunto de parâmetros econômicos e fiscais informados nas expectativas de mercado e nos instrumentos de planejamento e orçamento.

“As projeções do Relatório de Projeções Fiscais 2023 – 2º semestre, embora sejam compatíveis com as estimativas feitas nesta auditoria para a DBGG em 2027, indicam a tendência de a dívida crescer de 2023 até o final de 2027, devido principalmente aos juros reais, mesmo tendo como premissa o cumprimento estrito das metas fiscais da LDO 2024”, alertou o relator.

Risco moderado

O risco da sustentabilidade da dívida, utilizando os resultados gerados pelo “Debt Sustainability Analysis for Market-Access Countries (DSA-MAC)”, pode ser considerado moderado em 2024 e mesmo no período de projeção do modelo (até 2027).

Isso ocorre tendo em vista a acentuada base doméstica de investidores (90,5% do total dos detentores de títulos da DPF), a reduzida proporção da dívida em moeda estrangeira (11,8% da DBGG) e a suficiente reserva de liquidez para a cobertura dos vencimentos dos títulos da DPF, fatores que conjuntamente mitigam os riscos de refinanciamento.

Por sua vez, o risco de acúmulo de precatórios diminuiu, após o Supremo Tribunal Federal declarar inconstitucional o limite de pagamento de precatórios da Emenda Constitucional 114/2021.

“Dessa forma, houve a quitação de R$ 92,4 bilhões sem ônus ao cumprimento das regras fiscais, mas persiste a preocupação de que as despesas com sentenças judiciais cresçam mais que a receita, pressionando o resultado primário e afetando a dívida pública”, afirmou o relator.

Por outro lado, o déficit do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) deve crescer dos 2,59% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 para 4,29% em 2050, indicando futuros desafios fiscais para o pagamento das despesas previdenciárias.

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SERVIÇO

Leia a íntegra da decisão: Acórdão 2.501/2024 – Plenário

Processo: TC 040.054/2023-3

Sessão: 27/11/2024

Secom – ed/va

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