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Imprensa

Carta do Presidente da INTOSAI – julho de 2024

O presidente da Organização Internacional das Instituições Superiores de Controle (INTOSAI), ministro Bruno Dantas, aborda o valor do processo de antecipação de tendências para a atuação das instituições de controle
Por Secom TCU
11/07/2024

Categorias

  • Relações Exteriores

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As instituições superiores de controle (ISC) desempenham papel crucial na promoção da boa governança pública, garantindo que os recursos governamentais sejam gastos conforme o planejado e em conformidade com as leis aplicáveis. Além de sua atuação de controle e supervisão, elas também podem contribuir para resultados de médio e longo prazo, prevendo implicações políticas e riscos futuros e permitindo aos governos melhorar a preparação para enfrentar incertezas e desenvolver políticas mais resilientes e sustentáveis.  

Nesse contexto, o foresight emerge como ferramenta valiosa que permite explorar futuros possíveis, identificar oportunidades e mitigar riscos em um mundo em constante evolução. De acordo com o UNDP Global Centre for Public Service Excellence, o foresight engloba métodos e abordagens, como análise de tendência e elaboração de cenários, para explorar futuros possíveis e prováveis, gerando insights que possibilitam ações transformadoras no presente. O objetivo não é prever o futuro com precisão, mas visualizar diferentes cenários e planejar ações proativas por meio de um exercício de pensamento estratégico.

Ao adotar essa abordagem, as instituições superiores de controle podem ampliar significativamente sua capacidade de contribuir para a governança pública, promovendo a sustentabilidade e a resiliência de nossas instituições e sociedades. O foresight pode ser implementado por meio de diversas ferramentas e metodologias, como big data e inteligência artificial, melhorando a capacidade de análise de dados para identificar tendências e padrões, tornando as avaliações mais precisas e robustas. Isso promove a colaboração institucional e auxilia os formuladores de políticas na avaliação de riscos e na identificação de alternativas.

A experiência do Government Accountability Office (GAO) dos Estados Unidos ilustra bem o potencial dessa técnica. O Foresight Center do GAO utiliza essa técnica para analisar tendências e seus impactos em diversas áreas políticas, incluindo o desenvolvimento sustentável. Essa abordagem permite identificar questões críticas que podem afetar a nação no médio e longo prazo, orientando o planejamento de auditorias e a formulação de recomendações estratégicas para o Congresso e agências federais.  

A implementação do foresight nas instituições de controle enfrenta desafios, como a necessidade de recursos financeiros, capacitação de pessoal e acesso adequado aos dados necessários. É essencial um compromisso firme e investimento contínuo em treinamento e desenvolvimento.  

Para apoiar essa jornada, a Organização Internacional das Instituições Superiores de Controle (INTOSAI) está comprometida em promover o compartilhamento de conhecimentos e experiências relacionadas ao foresight, facilitando o acesso a recursos, treinamentos e redes de colaboração.

O Comitê Supervisor sobre Questões Emergentes (SCEI, em inglês) desempenha papel vital na identificação e no endereçamento de novas tendências e desafios que têm o potencial de impactar sociedades e governos, bem como avaliar suas implicações para toda a comunidade da INTOSAI. Com foco em questões emergentes, ele está posicionado para liderar o diálogo e a ação em torno do foresight estratégico, monitorando tendências globais e desenvolvimentos futuros para fornecer insights valiosos que ajudam as ISC a antecipar mudanças significativas no ambiente político, econômico, social e tecnológico.


Atualmente, o SCEI coordena a elaboração de um relatório global de tendências, a partir de percepções colhidas junto a todos os comitês, subcomitês e grupos regionais da INTOSAI, bem como instituições multilaterais e think tanks sobre o tema. Este relatório será submetido ao Conselho Diretivo da INTOSAI, permitindo reflexão profunda sobre novas abordagens de foresight e fornecendo subsídios valiosos para o planejamento estratégico da INTOSAI. Isso também permitirá que consideremos maneiras de apoiar as instituições superiores de controle, especialmente aquelas com recursos limitados para realizar iniciativas de foresight de forma independente.


Além disso, o SCEI lidera o Centro de Estudos Avançados da INTOSAI (CASt), iniciativa científica idealizada pela ISC do Brasil e baseada no modelo de think tank. O CASt visa promover um ambiente propício para pesquisa aplicada em temas prioritários, abrangendo questões globais, temas transversais e áreas pouco exploradas da auditoria pública, além de apoiar a produção técnica e científica que sustente as atividades de auditoria pública e gestão no âmbito da INTOSAI. A aproximação com a academia é fundamental para fortalecer a capacidade da organização de enfrentar desafios emergentes, estimulando o desenvolvimento de novas ideias e soluções práticas para aprimorar a auditoria pública globalmente. A primeira chamada de propostas ocorreu em junho, com ênfase nos impactos da inteligência artificial para as instituições superiores de controle, na auditoria do financiamento climático e no combate à fome e à pobreza. À medida que o CASt se consolida, espera-se que seus trabalhos também subsidiem os futuros relatórios de tendências.


Ao promover uma abordagem proativa e orientada para o futuro, o SCEI pode assegurar que estejamos preparados para enfrentar desafios emergentes. Isso não apenas melhora nossa capacidade de contribuir para a governança pública, mas também reforça nossa posição como instituições ágeis, inovadoras e orientadas para resultados.


A colaboração internacional e o compartilhamento de melhores práticas entre as ISC de diferentes países são essenciais para o êxito das iniciativas de foresight. Participar de redes internacionais e fóruns de discussão sobre o tema, como os promovidos pela INTOSAI, facilita a troca de conhecimentos e experiências, fortalecendo a capacidade global de antecipação e resposta a desafios futuros. Nesse sentido, o SCEI também poderá atuar como ambiente de interação com outros centros de foresight, como o da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e do Institute for the Future (ITFT), promovendo integração ainda maior entre as ISC e essas instituições.


Uma mentalidade de foresight requer compromisso com uma perspectiva de longo prazo, diferenciando-se dos ciclos políticos de curto prazo voltados para demandas imediatas. Portanto, é fundamental que a visão e os objetivos das instituições superiores de controle sejam proativos e abranjam horizonte de longo alcance.


Conto com o engajamento de todos nessa importante iniciativa! Estou ansioso para testemunhar as inovações e melhorias que resultarão de nossos esforços conjuntos.

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