Museu do Tribunal de Contas da União
Min João de Lourenço (1949-1950)
O ministro João de Lourenço nasceu na cidade de Areias, Paraíba, em 8 de fevereiro de 1893. Filho de Lourenço Justiniano Bezerra e Matilde M. da Conceição construiu carreira no serviço público com grande destaque, em razão do notável saber que possuía em questões de economia.
Realizou seus estudos na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde se tornou bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais. Nesse período, iniciou uma carreira no jornalismo, tornando-se redator do jornal A União, órgão oficial do Governo do Estado da Paraíba, e do jornal da assembleia legislativa do seu estado, ambos a partir de 1914. Trabalhou ainda no Correio da Manhã entre 1922 e 1923, em O País no ano de 1925 como redator-chefe e no Diário de Notícias em 1931 como redator econômico-financeiro.
Ao longo de sua trajetória no jornalismo adquiriu um importante conhecimento sobre questões que envolviam finanças, economia e comércio exterior. Essa condição o impulsionou em uma carreira no serviço em cargos ligados especialmente ao Ministério da Fazenda.
No ano de 1933 foi designado membro do Conselho Nacional do Trabalho e participou da delegação brasileira que fez parte da VII Conferência Pan-americana em Montevidéu na condição de assessor técnico. No ano seguinte foi indicado pelo Ministério da Fazenda para a comissão responsável por elaborar um anteprojeto sobre a discriminação das rendas a qual tratava a Constituição de 1934.
Em 1935 foi indicado, como representante do governo federal, para o conselho administrativo do departamento regional do Instituto de Aposentadorias e Pensões (IAPC). No ano seguinte, tornou-se chefe da Seção de Estudos Econômicos e Financeiros do gabinete do ministro Artur de Souza Costa. Nessa condição, ficou responsável por participar da missão que discutiu e regulou as relações comerciais entre Alemanha e Brasil, as quais possuíam importantes peculiaridades em razão do contexto político que antecedeu a Segunda Guerra.
No ano de 1937 retornou à atividade de redator econômico, dessa vez no Jornal do Comércio. Nesse período atuou também como consultor técnico e membro do Conselho Federal de Comércio Exterior, além de fazer parte da comissão reservada do Ministério das Relações Exteriores para exame da política comercial brasileira.
Em 1939 foi nomeado secretário-chefe de gabinete do ministro da Fazenda. Em seguida foi nomeado diretor do Serviço de Estatística Econômica e Financeira do Ministério da Fazenda, participando das comissões censitária nacional e de estudo do mercado interno.
No ano de 1943 atuou como assessor técnico e membro da comissão nacional de preços, representando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano seguinte foi o responsável por presidir a comissão especial formada para formular um projeto de lei voltado para a defesa da indústria nacional das práticas de dumping e outras questões de concorrência desleal. Em 1947 foi designado delegado permanente do Ministério da Fazenda junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em 1949 exerceu seu último cargo no Ministério da Fazenda, de diretor de Serviços de Estatística Econômica e Financeira, quando foi indicado pelo Presidente Eurico Gaspar Dutra para o cargo de ministro do Tribunal de Contas.
Sua nomeação se deu em razão das vagas criadas pela Lei nº 830, de 23 de setembro de 1949, sendo sua passagem por essa Casa bastante curta, tendo sido aposentado ao início do ano de 1950. Ao longo de sua vida elaborou um importante conjunto de trabalhos técnicos, dentre os quais se destacam O Sistema Nacional de Economia: Indicações sobre a Política Econômica e Financeira e Situação Econômica e Financeira do Brasil, além de inúmeros trabalhos sobre assuntos econômicos e financeiros, muitos deles transcritos nos relatórios dos ministros da Fazenda e dos secretários da Fazenda do estado de São Paulo, bem como nos anais do senado federal e da câmara dos deputados.
O ministro faleceu em 1 de abril de 1980.