Museu do Tribunal de Contas da União
Min. Wagner Estelita Campos (1964-1979)
O ministro Wagner Estelita Campos nasceu na cidade de Catalão (GO), no dia 5 de janeiro de 1910, filho de Frederico Campos e de Julieta Prates Campos.
Iniciou seus estudos secundários na Escola Carmelitana Santo Alberto, na região de Goiás Velho – antiga capital de Goiás –, e no Colégio Salesiano Santa Rosa, em Niterói, na época capital do Rio de Janeiro. Formou-se bacharel no curso de Direito, pela Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), no ano 1931. Enquanto cursava o ensino superior, trabalhou como redator da revista A Época.
Em 1931, de volta a Goiás, tornou-se delegado-geral de Polícia do estado, nomeado pelo interventor Pedro Ludovico. Deixou o cargo em 1933 e, no ano seguinte, fez campanha para concorrer ao cargo de deputado estadual, porém foi impedido por não ter completado 25 anos. Filiou-se ao Partido Social Republicano (PSR) de Goiás, integrando a ala esquerdista da agremiação.
Wagner Estelita voltou à advocacia defendendo Domingo Velasco, seu companheiro que foi preso em março de 1936. Após o incidente, Wagner cursou Administração na American University, em Washington. Nomeado para o cargo de técnico de administração do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) no ano 1941, tornou-se diretor de divisão do órgão e diretor-geral do Departamento de Administração do Ministério da Agricultura. Entre 1951 e 1953 ocupou o cargo de secretário-geral de administração da Prefeitura do Distrito Federal, na cidade do Rio de Janeiro, e participou da estruturação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE). Posteriormente foi professor de Chefia Administrativa da Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), também no Rio de Janeiro.
Em outubro de 1954, elege-se deputado federal pelo estado de Goiás, na legenda do Partido Social Democrático (PSD), assumindo a cadeira em fevereiro de 1955. Em 1957 passa a presidir a Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados, função que ocupou até 1960. Reeleito em outubro de 1958, na legenda do mesmo partido, em março de 1961 comunicou ao PSD e ao Congresso que iria desligar-se da bancada pessedista. Em junho de 1961, concorreu a uma cadeira nas eleições extraordinárias do Senado Federal. Lançado pela legenda do Partido Democrata Cristão (PDC), foi derrotado pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek, candidato do PSD.
Em agosto de 1961, Wagner foi cotado a ocupar a pasta da Fazenda, no lugar de Clemente Mariani. Candidatou-se novamente à Câmara no pleito de outubro de 1962, na legenda da Coligação Democrática, conseguindo uma suplência. Em janeiro de 1963 encerrou seu mandato, deixando a Câmara. Na mesma época, foi ainda diretor administrativo da Superintendência de Serviços Médicos (Suseme) do estado da Guanabara.
Ao ser empossado diretor-geral do DASP em maio de 1964, substituindo Francisco de Carvalho Melo, Wagner Estelita permaneceu no cargo até outubro do mesmo ano, quando foi nomeado ministro do então Tribunal de Contas. Em 1968 ocupou a presidência do Tribunal, o qual já havia sido vice-presidente em 1966, 1967 e, posteriormente, em 1972 e 1975. Entre dezembro de 1975 e dezembro de 1976, voltou a presidir o TCU. Ao concluir o mandato na presidência, permaneceu como ministro do Tribunal até sua morte.
Wagner faleceu em Brasília, no dia 13 de setembro de 1979. Foi casado com Áurea Fraga de Campos, com quem teve dois filhos.